O Paraná Clube lançou o edital para a venda da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) e pretende concluir as negociações ainda neste ano. Com valor mínimo de investimento de R$ 212 milhões em dez anos, a proposta foi apresentada para a Vara de Falências e Recuperação Judicial de Curitiba.

A favorita para ficar com a SAF paranista é a Nextplay Capital Holding SA, que já negocia desde março. O grupo de empresários é liderado por Pedro Weber, que trabalhou no Azuriz e no América-RN e será o CEO do projeto em caso de desfecho positivo.

A empresa ainda tem a possibilidade de cobrir qualquer proposta que possa surgir nas próximas semanas. Os interessados teriam que oferecer, no mínimo, 10% a mais do que a proposta da NextPlay.

Os valores para a venda da SAF do Paraná Clube

No edital, o Paraná Clube ainda detalhou os valores mínimos para investimento em diversas categorias. O montante varia de acordo com a divisão do Tricolor no futebol brasileiro. Além disso, existe a expectativa da construção de um novo centro de treinamento na sub-sede do Boqueirão.

  • R$ 42 milhões para o pagamento das dívidas com a Receita Federal e o Banco Central
  • R$ 10 milhões para a construção de centro de treinamento
  • R$ 60 milhões para investimento na Vila Capanema
  • R$ 10 milhões para o futebol em anos sem divisão no Campeonato Brasileiro
  • R$ 21,9 milhões na Série D
  • R$ 28 milhões na Série C
  • R$ 46,8 milhões na Série C
  • R$ 85 milhões na Série A

Os valores foram divulgados inicialmente pelo repórter Guilherme Moreira e confirmados pela reportagem do UmDois Esportes.

Data definida para a Assembleia Geral dos Credores

A Assembleia Geral dos Credores do Paraná Clube foi marcada para o dia 24 de outubro para aprovar o plano alternativo da Recuperação Judicial (RJ). Já no dia 20, ocorrerá a reunião do Conselho Deliberativo.

Para o administrador judicial Maurício Obladen, a tendência é que o plano seja aprovado pelos credores. “Considerando que o plano de credores está alinhado aos interesses do possível investidor da SAF, a gente acredita que o provável resultado é a aprovação. Mas é a vontade dos credores que vai prevalecer. Se eles aprovarem, possivelmente haverá a venda da SAF do Paraná Clube na sequência”, comentou.

Houve alguns atrasos no andamento do processo da Recuperação Judicial que beneficaram. Deu tempo para que o clube organizasse uma solução que no caso é uma provável venda da SAF. Ao que tudo indica, a venda da SAF está condicionada a aceitação de certas condições pelos credores. Esse plano foi apresentado pelo Comitê de Credores e teve um aditivo também. Todos os elementos vão ser deliberados durante a Assembleia Geral de Credores.

E a Sede da Kennedy?

Sede da Kennedy

O assunto da Sede da Kennedy está sendo tratado em paralelo pelo Paraná Clube. Os credores aceitaram receber os valores com a venda da Sede da Kennedy, além de um deságio entre 40 e 50%.

Porém, ainda não está totalmente resolvido o empecilho com a Prefeitura de Curitiba sobre a venda da Kennedy.

O munícipio ainda mantém a opinião contrária sobre a venda da Sede da Kennedy. A Prefeitura já destacou que “o imóvel foi doado com cláusulas, estabelecidas em lei, de impenhorabilidade e inalienabilidade, que devem ser respeitadas, pois ainda estão vigentes e produzindo efeitos”.

A lei municipal citada é a nº 1550/1958, aprovada pelo então prefeito Ney Braga. O imóvel foi doado pela Prefeitura para o Esporte Clube Água Clube, que virou Pinheiros, um dos clubes que deu origem ao Paraná, com finalidade de lazer e recreação esportiva.

Para que a Prefeitura de Curitiba ‘mude de ideia', é necessário uma alteração na lei na Câmara de Vereadores. Outra possibilidade seria a venda para uma empresa que mantenha a finalidade desejada.

No entanto, para Maurício Obladen, decisões recentes da Justiça permitem a venda da Sede da Kennedy. “Existem muitas manifestações neste sentido, porém não é a realidade proceussua. Não existe nenhum impedimento da Prefeitura em relação à possível alienação do bem. Já teve uma cláusula de inalienabilidade, que já foi afastada. Houve decisão judicial, a Prefeitura agravou e o agrave foi improvido também. O imóvel está habilitado a ser colocado em leilão judicial, que é o que vai acontecer“, explicou.

O entendimento judicial é que essa finalidade que havia que o clube fosse utilizado para a finalidade de clube desportiva já foi atendida com o decorrer do tempo. Estamos falando dos anos 1960. Mais de 60 anos que a finalidade foi atendida. Mas caso essa hipótese não seja afastada, ainda é possível a alienação. A alienação está autorizada pelo Poder Judiciário.

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