Há 33 anos, no dia 11 de julho de 1992, o Paraná Clube escrevia uma das páginas mais gloriosas da sua história. Diante de mais de 60 mil torcedores na Fonte Nova lotada, em Salvador, o Tricolor venceu o Vitória por 1 a 0 e garantiu o título da Série B do Campeonato Brasileiro, conquistando também o acesso inédito à elite do futebol nacional.
Naquele dia histórico na capital baiana, o gol que garantiu a vitória e a taça foi marcado pelo atacante Saulo, o maior ídolo paranista. O ambiente era hostil, mas o Paraná mostrou ser gigante em pouco tempo de história.
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A hora que nós entramos no gramado, eu vi umas quatro ou cinco bandeiras do Paraná lá no fundo, o resto estava lotado de torcedores deles. Mas o nosso grupo estava disposto a ser campeão. Tínhamos um treinador de qualidade, que gostava de futebol ofensivo. Tive a felicidade de fazer o gol, foi um dos mais especiais que eu fiz pelo Paraná. O importante foi o grupo naquele ano”, relembra Saulo.
O zagueiro Gralak, um dos líderes daquele elenco, relembra a pressão sofrida em Salvador e comemora o feito conquistado.
“Desde a saída do hotel a gente já sabia que o estádio iria estar lotado, as ruas estavam cheias. Sabíamos que encontraríamos dificuldades, mas o estádio lotado foi melhor ainda, porque tiveram que aplaudir depois”, contou o ex-defensor.
A nossa equipe era bastante unida, jogava há bastante tempo e cada um se esforçava ao máximo pelo time. O conjunto era muito bom”, completou Gralak.
Um dos mais jovens daquele elenco, o lateral-esquerdo Ednelson ficou marcado pela experiência de encarar um estádio lotado pela primeira vez.

“Eu nunca tinha jogado com um estádio tão cheio. Quando nós chegamos no estádio, nós demoramos muito para entrar, pois tinha muita gente. Quando entramos, era vela, sal grosso, muita coisa jogada no chão. Mas nós entramos muito focados”, relembra.
Paraná teve passado glorioso e vive presente de incertezas
Apesar das boas lembranças daquele título, os heróis de 1992 se mostram hoje consternados com a atual situação do clube, que vive uma das fases mais difíceis – sem calendário e atolado em dívidas.
É uma situação muito complicada, cheio de dívidas, sem calendário, e eu, sinceramente, não esperava que o Paraná iria virar o que virou hoje. A gente torce para que mude, que venha uma SAF e que venha um pessoal que queira resgatar o que o clube foi”, destaca Gralak.
“É uma situação triste. O Paraná em si precisa se organizar, principalmente na base. Precisa formar jogadores, não tem outra solução. Parar de colocar aventureiros no clube”, critica Saulo, que recentemente passou pela comissão técnica paranista ao lado de outros ídolos do passado, como Maurílio e Ageu.
Ednelson foi outro ex-atleta que chegou a integrar a comissão paranista, tanto na base como no profissional. O ex-lateral também lamenta a atual fase paranista.
“A gente fica triste pela atual situação. Nós vivenciamos anos pelo clube e hoje vemos que têm pessoas que não têm amor pela instituição. São pessoas que passam por ali, se aproveitam e saem. O Paraná precisa de pessoas que gostem do clube, para que ele possa voltar a crescer”, frisa Ednelson.
Escalação do Paraná na final de 1992
Luíz Henrique; Balu, Gralak, Servilho e Ednélson; João Antônio, Adoílson (Neguinho) e Marquinhos Ferreira; Maurílio, Saulo e Serginho (Ney Santos).