Em meio à disputa do Campeonato Paranaense deste ano, o Paraná Clube foi buscar um velho conhecido para tentar reformular o elenco já com a competição em andamento. Carlos Bonatelli assumiu o cargo de executivo de futebol em meio à crise que o Tricolor sofria, com Argel Fuchs pressionado no comando e Fernando Miguel saindo do departamento.

Em sua terceira passagem pelo Paraná – ele passou pelo clube entre 2016 e 2018, além de montar a equipe que conquistou o acesso à elite estadual no ano passado -, Bonatelli pouco pôde fazer para reverter a situação do clube e encontrou inúmeras dificuldades para uma possível reação.

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“Creio que a maior dificuldade tenha sido o número de lesões em um espaço de tempo tão curto, especialmente as musculares, sem tempo hábil para plena recuperação, além do abatimento emocional causado pela sequência de resultados negativos”, relembra o dirigente, em entrevista exclusiva ao UmDois Esportes.

Logo após a sua chegada, Argel Fuchs foi demitido. O Paraná tentou repetir o sucesso do ano anterior com Tcheco. Mas, as dificuldades seguiram, principalmente, para a chegada de novos atletas.

“Quando buscamos no mercado opções para reforçar o elenco, esbarramos na recusa de atletas, devido à nossa situação na tabela e ao pouco tempo restante de competição”, completa Bonatelli. Sem muito tempo para implementar a sua filosofia com o novo elenco, Tcheco também não conseguiu sucesso e o Paraná amargou mais um rebaixamento no Paranaense.

Sem calendário, Paraná foca na categoria Sub-20

Carlos Bonatelli. Foto: Divulgação/Paraná Clube.

Com o término do Estadual, a missão do Paraná ficou concentrada na categoria Sub-20. Com uma nova comissão técnica, liderada pelo ex-jogador Zé Roberto, o Tricolor também tem enfrentado dificuldades no Paranaense. Em cinco jogos, a equipe venceu uma e perdeu. Com os resultados, o Paraná é o 10º colocado, próximo da zona do rebaixamento.

“Os resultados nas categorias de base são muito difíceis de ocorrerem em curto prazo. Desde o início do trabalho, temos ciência disso. Ainda que os resultados não estejam exatamente como desejávamos, as avaliações dos nossos profissionais envolvidos no Sub-20, assim como de alguns adversários, apontam para uma evolução. Nosso objetivo inicial de nos classificarmos para a segunda fase da competição está ao nosso alcance”, frisa o executivo de futebol.

Enquanto disputa o Estadual Sub-20, o clube também vive a expectativa da confirmação da Taça Paraná, programada pela Federação Paranaense de Futebol, mas ainda sem estar, de fato, confirmada. A competição daria uma vaga na Copa do Brasil de 2026.

“Acredito que essa competição pode ter grande importância, especialmente no que diz respeito à continuidade do calendário e do trabalho desenvolvido. Mesmo ciente das dificuldades para viabilizá-la, lembro que a reconstrução do Operário, hoje na Série B do Brasileiro, começou em uma competição similar. Em alguns estados, esse tipo de competição pode dar vaga também para Série D, talvez isso tornaria ainda mais atrativo para maior participação dos clubes”, ressalta Bonatelli.

E o futuro do Paraná Clube?

Parana x Patriotas
Vila Capanema.

Nos bastidores, o Paraná já opera como uma Sociedade Anônima do Futebol. Porém, ainda não vendeu a sua SAF, que possibilitaria aumento de investimentos, tanto em estrutura, como no futebol.

Para Bonatelli, a única maneira de o Paraná Clube ter um projeto bem-sucedido, seja gerido pela associação ou por investidores via SAF, seria com “o fortalecimento e, principalmente, continuidade do trabalho nas categorias de base”.

“A descontinuidade do trabalho, independentemente dos profissionais à frente, não pode mais ser uma opção. Precisamos pensar, antes de tudo, na instituição. É hora de deixarmos de lado vaidades, vícios e de enxergarmos essa fase como uma grande oportunidade de, de fato, reconstruirmos o Paraná Clube”, conclui o dirigente.

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