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Ambiente

Festa e tensão em uma Vila fervendo. A atmosfera da ida do Paraná à Libertadores

Por
Ricardo Brejinski
03/12/2021 20:20 - Atualizado: 04/10/2023 17:10
Torcida estava confiante na classificação
Torcida estava confiante na classificação | Foto: Hedeson Alves/Arquivo/Gazeta do Povo

3 de dezembro de 2006. Um domingo ensolarado, quente, daqueles típicos de que o verão está chegando. Um dia bonito, convidativo para um programa diferente. E naquele domingo o programa era ver o Paraná se classificar para uma Libertadores.

O jogo contra o São Paulo estava marcado para às 16h - assim como toda aquela rodada -. No mesmo horário, em Florianópolis, o Vasco jogava contra o Figueirense disputando com o Tricolor a última vaga para o torneio continental.

O time paranista chegava com a vantagem. Havia vencido o São Caetano na rodada anterior e os cariocas tinham empatado em casa com o Santos. Resultado que colocou o Paraná no quinto lugar e precisando de uma simples vitória para se classificar. Pela frente, um São Paulo em ritmo de férias. Já campeão, o time do técnico Muricy Ramalho veio a Curitiba repleto de reservas.

Ou seja, na teoria, a missão não era das mais complicadas. Até por isso, além da boa campanha em si, os torcedores estavam empolgados. Cerca de uma hora e meia antes de a bola rolar, a Vila Capanema estava completamente lotada. O público registrado naquela tarde foi de 16.172 pagantes. Mas dá para dizer com quase toda a certeza que tinham bem mais lá.

Torcida lotou a Vila naquele jogo.
Torcida lotou a Vila naquele jogo.

Espaço da imprensa totalmente tomado, que fez com que quem escreve esta memória ficasse em pé o jogo todo, em meio a muitas cabeças de paranistas empilhados para ver aquela partida tão importante. Todos procurando um espaço para acompanhar o duelo. Algo que se tornou uma lição para este jornalista em começo de carreira: chegar bem mais cedo aos estádios, ainda mais em jogos tão importantes.

Alguns minutos antes de a bola rolar, a festa na Vila era de quem brigava por título. A ansiedade tomava conta das arquibancadas. Mas, com o passar do tempo, o calor do ambiente foi ficando abafado, tamanha a tensão que tomou conta do Durival Britto e Silva.

Jogo truncado e pegado

Mesmo com o apoio das arquibancadas, contra uma equipe que contava as horas para as férias, o Paraná não conseguia se impor. Era um jogo amarrado, com poucos lances de perigo. Nem mesmo o fato de o Sâo Paulo ter ficado com um a menos no início do segundo tempo, quando Rodrigo Fabri foi expulso, facilitou as coisas para o Tricolor, que via uma certa ansiedade passar a tomar conta de todos.

A atenção também se dividia em saber como estava o jogo do Vasco em Santa Catarina. Aos mais novos, esqueça placar em tempo real no celular. O negócio era colar em alguém com um rádio para ter qualquer tipo de informação. E aí então o jeito era secar o time carioca. Afinal, se eles não ganhassem, o Paraná estava na Libertadores.

No final do segundo tempo, um torcedor são-paulino ainda invadiu o gramado da Vila Capanema e, até ser detido pelos policiais, jogo parado, aumentando a tensão.

Partida foi complicada, com poucas chances de gol.
Partida foi complicada, com poucas chances de gol.

Vaga na Libertadores confirmada no apito final em Santa Catarirna

Até que um grito de comemoração tomou conta do estádio. Mas não era para comemorar gol, e sim o apito final no Orlando Scarpelli. A partida entre Figueirense e Vasco acabou instantes antes do confronto na Vila Capanema e aí a comemoração tomou conta de torcedores e da comissão técnica paranista, até que o jogo acabou e a festa foi generalizada.

Torcida empurrou o time o tempo todo.
Torcida empurrou o time o tempo todo.

Volta olímpica, torcedores pendurados nas grades, bandeirões, faixas… tudo que uma festa de conquista merece e tem direito. Com o horário de verão, o jogo acabou mais ou menos por volta de 18h e o sol estava forte ainda. Mais tempo para comemoração. Ninguém queria ir embora, afinal, com 17 anos de história o Paraná conquistava uma inédita vaga à Libertadores.

Jogadores do Paraná fizeram a festa com a torcida
Jogadores do Paraná fizeram a festa com a torcida

Tanto que já passava das 20h quando pude ir embora da Vila e ainda tinham torcedores no entorno comemorando. No caminho para casa, bandeiras paranistas nos carros e nos prédios. Um dia que certamente ficou marcado na história do Tricolor, que teve, talvez, mais importância do que se fosse um troféu em disputa.

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