Personagem

Aos três dias de idade, ele se tornou o sócio-torcedor mais jovem do Paraná

Marília, Ravi e Vitor: família unida pelo futebol

Se o amor por um clube de futebol se transmite de pai para filho, a paixão de Ravi Degraf Salmazo pelo Paraná já está impressa em seu coração.

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É possível até mesmo que o sangue que hoje corre nas veias do menino de quatro meses de idade não seja apenas vermelho — mas guarde também contornos de azul e branco. O menino foi arrebatado por uma veneração hereditária pelo Tricolor.

Assim que pegou em mãos a certidão de nascimento do recém-nascido Ravi, o pai, Vitor Salmazo, correu para a sede da Kennedy. Foi assim que, enquanto desfrutava de seu terceiro dia de vida, Ravi, hoje aos quatro meses de idade, se tornou, provavelmente, o sócio mais jovem da história do Tricolor.

“O Ravi nasceu em 30 de dezembro. Três dias depois, eu peguei a certidão de nascimento dele, fui até o clube, e já fiz o cadastro de sócio. A primeira carteirinha da vida dele é essa de sócio-torcedor do Paraná”, conta Salmazo, 32 anos.

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A esposa, Marília Degraf, 32 anos, torcedora fiel do Coritiba, soube do ato do marido apenas quando este já havia sido consumado. “Ela sabia que se não fosse paranista eu não criava”, brinca Salmazo. “A Marília foi percebendo os sinais quando as roupinhas verde e branca começaram a sumir”, prossegue.

O casal foi unido pela rivalidade de Coritiba e Paraná. “A Marília é coxa-branca das fortes. Ela ia para os jogos na mesma época em que eu ia também, nas arquibancadas. Eu fiz uma aposta com ela em um Paratiba, em 2009”, relembra Salmazo. “Mas foi uma aposta muito ‘papo aranha’. No fim, o Paraná ganhou e eu ganhei a aposta”, completa.

O jovem coração de Ravi, aliás, possivelmente bate no ritmo do repique da bateria da Fúria Independente na Curva Norte da Vila Capanema, ecoando os sons compostos pelo próprio pai, que por mais de uma década foi parte importante da bateria da organizada.

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“Ele vai ter a oportunidade de ir na Vila e ouvir uma bateria de responsa com milhares de pessoas cantando músicas que foi o pai dele que escreveu”, diz Salmazo. “Então, apesar da mãe ser coxa, eu tenho absoluta certeza da paixão que vou passar pra ele. E ele vai me agradecer”, completa.

O pai ainda responde uma pergunta necessária, tendo em vista o atual cenário do Tricolor: Ravi corre o risco de ficar sem time para torcer no futuro?

“Não existe a possibilidade do Paraná acabar”, rebate Salmazo. “O Paraná é classe operária, é o time do povo. É tipo uma boa cerveja, você não encontra mais. É um quilate. O paranismo é diferenciado. É a ilusão da maravilhosa minoria. A gente sabe o que temos de vantagem sobre os outros, nossa confiança está no nosso sentimento”, completa.

Um abraço de Maurílio e Ageu para Ravi Salmazo

A história de Ravi chegou ao treinador e ídolo do Paraná, Maurílio Silva, que agradeceu o carinho do jovem torcedor.

“Vim aqui externar minha alegria, a minha felicidade de conhecer o sócio-torcedor mais jovem da história do clube”, diz o ex-goleador. “É com muita alegria que a gente está aqui passando este carinho para você e recebendo este carinho tão jovem de você para nós”, emendou.

O ex-zagueiro e auxiliar-técnico, Ageu Gonçalves, reforçou o abraço para Ravi. “Ficamos muito contentes em saber que o Ravi é o mais ilustre sócio-torcedor”, diz o ídolo.

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