Ao desembarcar no Japão para a Olimpíada de Tóquio-2021, Isaquias Queiroz foi direto ao dizer que queria se tornar um dos maiores atletas olímpicos do Brasil. Definitivamente ele está no caminho, pois mais um passo para isso foi dado nesta sexta-feira (6), quando conquistou a medalha de ouro no C1 1.000 da canoagem velocidade, no Sea Forest Waterway.

Para chegar ao ouro, o brasileiro completou os 1.000 metros em 4min04s408. Completaram o pódio o chinês Hao Liu, que fez 4min05s724, e o moldávio Serghei Tarnovschi, com 4min06s069.

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“É diferente ganhar a medalha de ouro. Estou feliz e mais feliz ainda por deixar os brasileiros felizes. Eu prometi essa medalha, e fui atrás”, comemorou Isaquias em entrevista ao SporTV logo após a vitória nas raias de Tóquio.

Essa foi a quarta medalha olímpica de Isaquias, a primeira de ouro. Cinco anos atrás, no Rio de Janeiro, já havia feito história ao se tornar o primeiro brasileiro a ganhar três medalhas numa mesma edição dos Jogos Olímpicos – foi duas vezes prata e uma vez bronze. E ele por pouco não saiu de Tóquio com duas medalhas, que o colocaria no mesmo patamar de Robert Scheidt e Torben Grael, os únicos brasileiros com cinco pódios olímpicos. Na prova C2 1000, ao lado de Jacky Godmann, ficou na quarta colocação.

O ouro no Japão era quase uma obsessão do baiano de Ubaitaba. Na eliminação no C2 1000, ele disse: “Não quero sair daqui sem um ouro. O sonho não acabou”. E trabalhou muito para alcançar essa medalha. Nas quartas de final do C1 1000, fez o melhor tempo, garantindo uma vaga direta na semifinal. E na prova que antecedeu a final, só não foi o mais rápido no geral porque segurou no fim. Já pensava na decisão, que ocorreria duas horas mais tarde.

Apesar da medalha de ouro, Isaquias deixa o Japão sem alcançar seu objetivo. E para chegar lá, tem Paris em 2024 como meta. E ele tem tudo para não apenas repetir a performance no C1 1000 em águas francesas, mas também ir além, com o retorno da prova do C1 500, o que dará a ele mais uma chance. Sem contar o C2 1000, que poderá voltar a disputar com Erlon de Souza, seu companheiro de prata em 2016 – ele se machucou meses antes dos Jogos de Tóquio, por isso remou com Jacky Godmann no Japão.

A obsessão por mais medalhas em Paris é também algo pessoal, um objetivo para homenagear o seu “pai” Jesús Morlán. Técnico do baiano, o espanhol mais que um treinador. Isaquias o considerava um pai. Mas em 2018, Morlán morreu devido a um câncer.

“Pude realizar esse sonho que ele tinha de me tornar campeão olímpico. Além de realizar esse sonho, estou feliz também porque a medalha é minha e dele, porque trabalhamos muito, brigamos muito. Ele me incentivou muito. Esse feito é meu e dele”, disse.

E agora o brasileiro quer colocar pelo menos mais uma medalha no peito para que seu pai chegue ao décimo pódio, cinco vezes com ele e outras cinco com o atleta espanhol David Cal, treinado do Morlán nos pódios em Atenas-2004, Pequim-2008 e Londres-2012.

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