Entidade responsável pela organização da Eurocopa, a Uefa rejeitou um pedido de movimentos ativistas e da prefeitura de Munique, na Alemanha, de iluminar a Allianz Arena com as cores do arco-íris, como forma de apoio ao movimento LGBTQ+.
Segundo a Uefa, a ação representaria uma manifestação política. A Alemanha encara a Hungria, na quarta-feira (23), às 16h, em rodada decisiva do Grupo F da competição. A iluminação no estádio seria uma forma de protesto contra o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban.
No dia 15 de junho, o parlamento
do país, com maioria do partido Fidesz, de Orban, aprovou lei que proíbe a
disseminação de conteúdos com temáticas de homossexualidade e de mudança de
gênero em escolas ou programas de televisão e publicidade para menores de 18
anos.
“A Uefa, por meio de seus
estatutos, é uma organização politica e religiosamente neutra. Devido ao
contexto político deste pedido específico – uma mensagem para atingir a decisão
do parlamento da Hungria – a Uefa deve declinar este pedido”, diz mensagem
publicada pela Uefa.
O Ministro-Presidente da Bavária, região em que fica Munique, Markus Söder, criticou a decisão da Uefa. “É uma vergonha que o estádio de Munique não será autorizado a acender as luzes do arco-íris. Este seria um bom sinal de tolerância e liberdade”, declarou.
Uefa recebeu denúncia contra torcida da Hungria
Recentemente, a Uefa recebeu uma denúncia de homofobia por parte da torcida da Hungria em partida contra Portugal, também nesta Eurocopa.
O Ministro das Relações
Exteriores da Hungria, Peter Szillarto, se posicionou defendendo a lei aprovada
pelo parlamento húngaro e defendeu que política e esporte não devem se
misturar.
“Aprovamos esta lei para proteger crianças húngaras e agora a Europa Ocidental está lutando contra nós”, argumentou. “Achamos prejudicial e perigoso confundir política com esporte. A experiência histórica mostra isso. Os alemães deveriam saber isso mais que ninguém”, complementou.