Se Joel Malucelli fosse apenas mais um empresário que resolveu colocar dinheiro no futebol, não haveria grande problema em transformar o J. Malucelli em quinta comarca do Corinthians. Ainda assim seria bizarro, uma heresia. Mas, oras, é o dinheiro dele.
Seria até pedagógico. Um exemplo extremo de como empresários do futebol visam unicamente o lucro, o caminho mais fácil para negociar seus jogadores, sem interesse em criar raízes, escrever uma história digna no futebol brasileiro. É Joel, como poderia ser o Aurélio Almeida. A visão utilitarista que eles têm do futebol é a mesma: um meio de ganhar dinheiro. A única (e enorme, claro) diferença entre um e outro está no caráter.
Mas Joel Malucelli não é apenas um empresário que resolveu transformar um hobby em mais um braço do seu enorme complexo empresarial. Joel é presidente de uma associação de clubes que, em tese, defende os interesses do futebol do estado. E escancarar as portas de um dos nossos (mesmo que nanico e pouco representativo) para um clube de fora é claramente contra os interesses do nosso futebol.
Como presidente da Futpar, Joel deveria usar os dados que colocam o Corinthians como o time mais popular do estado para balizar políticas de crescimento do nosso futebol, estabelecer metas e estratégias para que o paranaense passe a torcer pelos nossos times. Mas não. Prefere usar esses dados para buscar o lucro fácil da sua empresa de chuteiras.
Se realmente se importassem com o crescimento do nosso futebol, os integrantes da Futpar poriam Joel na parede, exigiriam dele a desistência do negócio ou a saída da presidência. Mas claramente a cartolagem está mais interessada no próximo contrato de tevê ou em captar um parceiro capaz de vender seus jogadores para o Oriente Médio e o Leste Europeu. Para eles, se houver dinheiro no bolso, pouco importará se daqui a alguns anos Coritiba, Atlético, Paraná, Londrina e Rio Branco (os únicos clubes do estado em atividade realmente com história para contar) estiverem disputando o título estadual contra filiais de Corinthians, São Paulo, Flamengo, Grêmio e Inter.
Claiton
Alguns blogueiros perguntam qual a chance real de Claiton voltar ao Atlético agora. A julgar pelas declarações de Marcos Malucelli, é zero.
Ricardinho
“Acho que um dos motivos que estou aqui hoje se deve à torcida do Coxa. Sou eternamente grato pelo apoio, pela cobrança, pela confiança, pelo carinho. Sem ela, não estaria aqui hoje.”
Essa foi uma das frases do lateral-esquerdo Ricardinho na apresentação ao Malmoe, da Suécia, com quem ele assinou contrato por três anos. Levando em consideração que o Malmoe é um time de quinta categoriado futebol europeu e o Campeonato Sueco está para o futebol europeu como o Campeonato Paraibano está para o brasileiro, Ricardinho está agradecendo ou reclamando da torcida do Coritiba.
Pimpão
Aurival Correia estufa o peito para dizer que se Rodrigo Pimpão for vendido, 100% do dinheiro irá para o Paraná. Realmente, no futebol de hoje um clube com os direitos integrais de um jogador é motivo para comemorar e mandar rezar uma novena em agradecimento.