O Sindicato dos Jornalistas do Paraná (SindijorPR) cobrou que o Paraná adote medidas para garantir o trabalho dos jornalistas na Vila Capanema. A cobrança ocorreu após uma tentativa de intimidação da reportagem de UmDois no estádio paranista.
O caso ocorreu na última sexta-feira (29), antes do duelo entre o Tricolor e o Cruzeiro, despedida da equipe da Série B após o rebaixamento para a C. Na ocasião, um funcionário do clube, Wilton Gil, tentou impedir o trabalho da repórter Juliana Fontes, de UmDois.
A tentativa, que contou com agressões verbais, foi testemunhada por outros integrantes do staff paranista. Imediatamente, a repórter entrou em contato com a direção do clube, com a Associação dos Cronistas do Paraná (ACEP-PR) e com o SindijorPR.
Posteriormente, o Paraná entrou em contato com a repórter. E, em ligação virtual por vídeo, o presidente do clube, Sérgio Moletta, e o funcionário do Tricolor, Wilton Gil, pediram desculpas pelo incidente.
Veja o comunicado do sindicato:
SindijorPR cobra do Paraná Clube medidas para garantir trabalho dos jornalistas
A providência foi adotada depois que uma jornalista da Tribuna do Paraná/Gazeta do Povo foi hostilizada e ameaçada enquanto cobria atividades esportivas na Vila Capanema
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR) solicitou à direção do Paraná Clube, neste sábado (30), medidas para garantir o exercício profissional aos jornalistas que atuam na cobertura das atividades da equipe. O pedido do SindijorPR, que é também endossado pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), foi motivado depois que um funcionário do clube hostilizou e buscou impedir a atuação profissional da jornalista Juliana Fontes, da Tribuna do Paraná/Gazeta do Povo, na última sexta-feira (29), nas dependências da Vila Capanema.

Segundo relatos da jornalista Juliana Fontes, na sexta-feira à noite, quando trabalhava na cobertura do jogo entre Paraná Clube e Cruzeiro, pela última rodada da Série B, ela foi abordada por Wilton Gil, identificado como gerente do estádio Vila Capanema, o qual se dirigiu a ela com “extrema grosseria e tom de ameaça”. “Eu não tenho educação. Sei bem seu tipinho! Você ainda não viu nada, você não me conhece!”, foram algumas das expressões usadas pelo funcionário do Paraná Clube, conforme reproduziu a jornalista.
As ameaças de Wilton Gil, de acordo com os registros da jornalista, foram presenciadas por outro funcionário do clube. Durante o ocorrido, ao lado de Wilton estava um segurança, que presenciou toda a cena. Imediatamente após o desrespeito contra a profissional, Juliana Fontes notificou seu gestor, o editor André Pugliesi, assim como Greyson Assunção, presidente da Associação dos Cronistas Esportivos do Paraná (Acep), que estava presente no estádio trabalhando pela Rádio Banda B.
Diante pedido do SindijorPR de esclarecimentos e medidas de proteção aos jornalistas para a garantia do exercício profissional, no sábado, o vice-presidente do Paraná Clube, Luiz Carlos Casagrande, disse que iria levar o caso à Presidência e que depois daria uma posição oficial do clube, o que não ocorreu até este domingo pela manhã.
O SindijorPR e a Fenaj cobram um posicionamento da direção do Paraná Clube sobre a hostilização e ameaças contra Juliana, bem como, medidas claras para evitar que episódios como esse se repitam, além de garantias para o trabalho dos jornalistas na cobertura das atividades da equipe de Vila Capanema.
O SindijorPR condena quaisquer tentativas e práticas para impedir o livre exercício profissional dos jornalistas, o que fere a liberdade de expressão, o direito dos trabalhadores e a Constituição brasileira, especialmente no tocante ao direito à informação. É importante registrar ainda que esta não é a primeira vez que uma jornalista paranaense é atacada durante uma cobertura esportiva.
Neste sentido, o Sindijor e a Fenaj aproveitam a oportunidade para enfatizar ainda a importância de assegurar que as mulheres jornalistas tenham o direito de trabalhar sem sofrer quaisquer ataques misóginos ou machistas – o que, infelizmente, tem contribuído para agravar o contexto geral e crescente de violência contra a categoria.