A seleção brasileira feminina chegou em Brisbane, na Austrália, na última terça-feira (5), com mensagens de apoio aos protestos populares que vêm acontecendo no Irã.

O avião que transportou a equipe brasileira trouxe as imagens de Mahsa Amini e Amir Nasr-Azadani: a primeira morreu após ficar sob a custódia da “polícia moral” iraniana em setembro do ano passado, gerando protestos generalizados no país árabe.

Já Azadani, um ex-jogador de futebol, foi preso durante estes protestos e condenado a 26 anos de prisão — ele inicialmente chegou a ser condenado à morte.

“Nenhuma mulher deveria ser forçada a cobrir a própria cabeça” e “Nenhum homem deve ser enforcado por dizer isso” eram as frases que acompanhavam as imagens do avião brasileiro.

O posicionamento do Brasil acontece após a Fifa confirmar que jogadoras estão proibidas de utilizar braçadeiras de capitãs com as cores do arco-íris em apoio à comunidade LGBTQIA+, sob risco de uma série de punições pela entidade.

A ação da equipe brasileira repercutiu mundo afora, sendo que o jornal The Guardian, um dos principais da Inglaterra, afirmou que a seleção chegou para o torneiro “com forte declaração a favor dos direitos humanos”.

Entenda os protestos no Irã

Os protestos no Irã tiveram início em setembro de 2022, em meio a uma intensa repressão das forças de segurança locais. As manifestações vem sendo vistas como o desafio mais sério às autoridades iranianas em décadas.

Os protestos começaram justamente após a morte de Mahsa Amini, mulher de 22 anos presa pela “polícia da moralidade” na capital Teerã em 13 de setembro, por supostamente violar as rígidas regras do país que exigem que as mulheres cubram a cabeça com um hijab, um tipo de véu islâmico.

Oficialmente, a polícia diz que Amini sofreu um ataque cardíaco. Há relatos, no entanto, de que antes de ser presa ela foi agredida com golpes de cacete na cabeça. Apesar disso, as autoridades chegaram a divulgar um vídeo em que Amini supostamente desmaia na delegacia, o que só acirrou ainda mais os iranianos.

De acordo com a Iran Huma Rights, grupo sediado na Noruega, pelo menos 200 pessoas, incluindo 23 crianças, teriam sido mortas pelas forças de segurança desde o início dos protestos. A figura mais poderosa do Irã é o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do país desde 1989.