Não vou entrar no mérito da questão sobre o acerto ou não do Atlético em relação a Renato Gaúcho. Todo mundo tem bons prós e contras. Agora, é nítido, existe um ranço de preconceito embutido em vários comentários em torno do ex-atacante.

Portaluppi não é do tipo operário-padrão. Muito pelo contrário. Exalta o discurso da vida sem regras. Teve uma carreira dentro e fora de campo muito agitada. Mas e daí? Isso o faz menor que o carrancudo Adilson Batista? Não creio!

Renato conquistou mais títulos como técnico do que Adilson. Também surpreendeu à frente de equipes fracas como esta do Rubro-Negro. Em síntese, ele adota um estilo consagrado entre os sugestionáveis boleiros: fala a língua do vestiário.

Tudo isso garante que vai dar certo no Atlético? Difícil prever. Certo mesmo é que ele já chega com a pecha injusta de treinador que não se dá o respeito. Muitos o tratam como uma caricatura rejuvenescida de Joel Santana.

Renato errou ao não ir ao estádio ver o jogo do seu novo time com o Inter. Ponto! Todos os demais comentários beiram a mais rala aversão a quem não leva a vida como os pais ensinam. Uma hipocrisia inaceitável na vida, inacreditável dentro do futebol.

Retiro do post do meu colega André Pugliesi uma frase que define o meu pensamento: Boleiragem/malandragem [de Renato] será fundamental para enquadrar a rapaziada no CT do Caju. E, sem dúvida, emprestará irreverência ao nosso futebol, o mais tímido e recatado do país.