
Toledo comemora seu segundo gol com a camisa atleticana
Há uma semana escrevi que o Paraná seria o único obstáculo para valer que o Atlético teria pela frente antes do Atletiba.
O clássico de hoje mostrou que esse era o pensamento também no CT do Caju. Leandro Niehues tirou Netinho e reforçou a marcação no meio de campo contra uma equipe que entrou em campo com (posições de origem como referência) um goleiro, quatro zagueiros, dois volantes e dois laterais. De tanto respeito, o Atlético quase acabou conseguindo perder para quem não estava interessado em atacar. Uma quase façanha.
Como sempre quando se mete em enrascadas, o Atlético resolveu o problema com uma bola alta na área. Cobrança de Paulo Baier e: 1) Para o árbitro, gol de Javier Toledo; 2) Para meu humilde par de olhos, gol contra de Luiz Henrique. Seja como for, gol e vitória do Atlético.
A questão é que outros dois obstáculos pré-Atletiba surgiram no caminho do Atlético de uma semana para cá. O primeiro, diria menos preocupante. Toledo, suspenso, não enfrenta o Operário e Bruno Mineiro pode ficar um tempo fora de combate.
Com Marcelo e Alex Mineiro fora de combate, restam Tartá, Bruno Furlan e Serna. Tartá funcionou bem como meia, no ataque seria um improviso. Bruno Furlan é menino, difícil cobrar dele. E Serna… Bem, é o cara que pisou na bola e conseguiu entrar e ser substituído no mesmo jogo, duro defendê-lo.
Ainda assim, enquanto tiver Paulo Baier e Netinho com o pé bom calibrado e Alan Bahia, Manoel e Rhodolfo com a cabeça lustrada, o Atlético consegue se virar contra times bem inferiores (Operário e ACP, no caso) sem precisar de atacantes.
O outro obstáculo, esse sim, é maior. Antes e depois do Atletiba, o Atlético enfrenta o Palmeiras pela Copa do Brasil. Se pensar com a razão, o Atlético manda o clássico às favas e se agarra ao torneio que pode lhe resgatar o orgulho e o espaço no cenário nacional. Mas e como conter a emoção, o desejo do torcedor de afundar o rival um pouco mais?
Lidar com esse dilema será o desafio do Atlético e um belo teste ao iniciante Leandro. Se o time se sair bem, pode até sonhar com o sucesso duplo. Mas se não souber administrar a pressão, corre sério risco de entrar pelo cano nas duas.
Paraná

Márcio Diogo lamenta chance desperdiçada: meia-atacante recebeu de Pará e bateu cruzado para fora
Falei tudo do Atlético, agora me dedico ao Paraná. Primeiro: não dá para achar que o time vai chegar a algum lugar só se defendendo. Escalar quatro zagueiros e dois volantes foi covardia. Isso é admissível somente em situações excepcionais ou se você tiver dois atacantes que transformam uma chance em gol. Não era o caso. Não é o caso.
A escalação de Pará também é um mistério. Se ele realmente estiver prometido para o Avaí no Brasileiro, não há por que escalá-lo. Afinal, se o Estadual virou apenas teste para a Série B, por que usar alguém que não vai ficar? Se o empresário estiver apenas “agitando”, que a diretoria dê um esbregue público e exerça seu direito sobre o jogador. Mas, pelos antecedentes, tudo indica que Pará vai mesmo embora.
Por fim, a questão financeira. Defendo até a morte o direito do jogador de futebol de exigir o pagamento dos seus salários e até fazer greve quando isso não é cumprido. É o direito dele. Talvez se mais atletas cobrassem de forma extrema os seus direitos teríamos salários mais racionais no futebol.
Agora, não dá para o Marcelo Oliveira colocar o desempenho técnico ruim unicamente na conta das dificuldades financeiras. Esse time do Paraná é limitado, não rende mais do que isso. Não há salário em dia que ensine caneludo a jogar bola.