O Atlético teve sua meta defendida, nos últimos anos, por arqueiros regulares, mas apenas medianos: Diego, Thiago Cardoso, Cleber. Por isso, a torcida até hoje não consegue entender como a diretoria pôde dispensar um atleta da estirpe de Flávio, o Pantera – como brilhantemente apelidou Carneiro Neto.
Não vi Caju, a Majestade do Arco, jogar. Quem viu, garante que ele era incomparável, “o melhor de todos os tempos”. Pode ser. Mas tive o privilégio de ter visto in loco a atuação de outros goleiros inesquecíveis como Rafael, Roberto Costa, Jairo, Marolla. Por isso, me sinto à vontade para afirmar que Flávio é o melhor goleiro da história recente do futebol paranaense e, disparado, o que mais conquistou títulos. Só pelo Rubro-Negro, foi campeão estadual em 1998, 2000, 2001 e 2002, campeão da Copa Paraná em 1998, campeão brasileiro da Série B em 1995, campeão da Seletiva em 1999 e campeão brasileiro em 2001. Pelo Paraná Clube, campeão paranaense em 2006 e o grande responsável pela classificação do time à Libertadores.
Flávio é um dos grandes injustiçados do futebol brasileiro. Já deveria ter servido à Seleção Brasileira há muito tempo. Mas, como não tem porte de modelo fotográfico, tem sotaque nordestino e não carioca, e não jogou no Corinthians nem no Flamengo, sempre foi esquecido nas convocações. Hoje com 36 anos, continua provando a cada jogo que ainda merecia ao menos uma chance.
Se Caju é a Majestade, Pantera é o guerreiro, o batalhador, o vencedor, o herói.
Como puderam dispensá-lo do Atlético?