A exemplo do que fiz sobre o Coritiba de Ivo, vou escrever um pouco do Atlético de Geninho, embora com uma desvantagem e uma vantagem. A desvantagem é que não vi o Atlético treinar, pois os treinos com bola só começam nesta semana. A vantagem é que o time mudou pouco, fica mais fácil prever o que pode sair dali.
Geninho deve armar a equipe como ele mais gosta, no 3-4-1-2. É o esquema que ele usou nos seus dois times campeões no futebol paranaense: o Paraná da JH de 2000 e o Atlético do Brasileiro de 2001.
Galatto é o goleiro e não há muito que contestar nessa escolha.
O trio de zagueiros será Rhodolfo, Antonio Carlos e Chico. Rhodolfo se perdeu no ano passado, foi sucumbindo junto com o time e depois não se reergueu no mesmo nível. Mas uma boa conversa pode recuperá-lo. Chico é bom jogador. Já escrevi aqui, lembra fisicamente e na bola o Gustavo Caiche (nos bons tempos). E o Antonio Carlos terá de passar calma aos guris.
O quarteto do meio começa com uma interrogação pela direita. Geninho abriu mão de reforços na lateral-direita por confiar em Alberto. Na verdade, se o Atlético não tivesse se apertado como se apertou, Alberto teria passado o segundo semestre inteiro se condicionando para voltar com tudo agora. A dúvida é saber se ele será sombra do grande lateral de dez anos atrás. Se não der certo, volta Zé Antônio. E daqui a pouco tem o Nei.
Valencia será o homem da pegada, como eram Cocito no Atlético-2001 e Hélcio no Paraná-2000. Mais um que precisa reencontrar o caminho.
Julio dos Santos é outra interrogação. Por enquanto, só Geninho foi capaz de ver bom futebol no paraguaio, que terá função semelhante à de Kléberson em 2001. A diferença é que o Xaropinho era pura vitalidade, corria e fazia a bola correr, enquanto Julio jogará mais no toque de bola.
Netinho irá ajudar Julio na armação. Pela lógica, o paraguaio fica mais pelo lado direito, enquanto Netinho irá armar o jogo pela esquerda. Sem falar, claro, na bola parada, caminho mais curto e seguro para o Atlético chegar ao gol adversário.
O 1 é onde está a maior dúvida de Geninho. No Paraná de 2000 era Lúcio Flávio, um meia clássico, lançador; no Atlético de 2001, ele tinha o lépido Adriano ou o cerebral Souza. No Atlético de hoje, tem Ferreira e Marcinho, jogadores que aliam a velocidade à capacidade de armação. Marcinho larga na frente, pois Ferreira pouco fez de prático para tirar o Atlético do buraco.
No ataque, as melhores opções parecem ser Lima e Rafael Moura. Lima, nos bons dias, faz a bola correr sem se mexer muito, tira um drible da cartola, passa um jogo inteiro apagado, mas o decide em um lance único. É o tipo de jogador que sempre deixa o treinador em situação delicada. Deixa o cara sonolento o jogo inteiro na esperança de que ele acorde e decida ou tira para dar mais dinamismo à partida, sob pena de jogar no lixo um lance de genialidade?
No comando do ataque, não há dúvida de que Rafael Moura será o camisa 9. Tem média de gols boa o bastante para barrar a concorrência.
E você, blogueiro atleticano, gosta deste Furacão? Acha que o blogueiro pirou? Ancha que Geninho vai armar a equipe de outro jeito? Os comentários são seus.