Depois da derrota para a Argentina, o técnico Mano Menezes se preocupou em não deixar que o resultado tomasse uma dimensão capaz de criar dúvidas sobre o seu trabalho, até então impecável.

É verdade que nunca cai bem um revés diante dos hermanos, e a narração do Galvão no fim do amistoso parecia a de um enterro, mas o discurso do treinador é coerente. Ninguém morreu. Mesmo derrotada, a seleção brasileira foi superior ao adversário a maior parte do tempo e criou mais chances de gol. Porém não as aproveitou e ainda concedeu a Messi nos acréscimos a oportunidade que esperou durante todo o tempo para decidir a partida.

Mano elogiou Ronaldinho. Sinal de que o gaúcho deve voltar em próximas convocações. Ele, de fato, foi o melhor do trio ofensivo que ainda tinha Robinho e Neymar. Só pecou pela displicência ao tentar fazer um golaço de calcanhar em vez de optar por uma finalização mais simples na bola que se ofereceu para ele, livre, na área argentina.

Apesar da falta de brilho individual de Neymar e Robinho, o trio se movimentou bem e, contando com a aproximação de Elias e Ramires pelo centro, Daniel Alves e André Santos pelas laterais, deu ao Brasil bom volume de jogo no primeiro tempo. Faltou, porém, um centroavante para ficar como referência na área e finalizar.

Na segunda etapa a partida ficou mais truncada e equilibrada.
Com as saídas de Ronaldinho e Neymar, a seleção perdeu força ofensiva. Substituto de Ronaldinho, foi o meia gremista Douglas quem perdeu a bola que resultaria no gol de Messi aos 46 minutos. Lógico que não dá para colocar a culpa apenas nele, afinal toda a defesa ainda seria batida pelo craque do Barcelona. Mas Douglas, apesar de importantíssimo nos clubes pelos quais passou, não tem aquela pinta de jogador de seleção.