O ministro do Consumo da Espanha, Alberto Garzón, exigiu da La Liga uma “resposta contundente” e “sanções” pelos insultos racistas que o brasileiro Vinicius Junior, atacante do Real Madrid, recebeu dos torcedores do Valencia no estádio Mestalla.

Em entrevista ao programa “La Cafetera” da “Radio Cable”, Garzón declarou que “o racismo está muito inoculado em partes específicas das torcidas” e se referiu especialmente às torcidas “com um perímetro ideológico muito definido de direita radical”.

Garzón opinou ainda que as instituições devem garantir o bom funcionamento do futebol e do esporte e, por isso, pediu que fossem contundentes com esse tipo de caso.

Especificamente, o ministro exigiu que a Liga fosse especialmente contundente “com sanções e novos desenhos para que isso não volte a acontecer.”

Procuradoria de Valencia abre processo por crime de ódio

A procuradoria de Valencia abriu nesta segunda-feira um processo de investigação de ofício por um suposto crime de ódio pelos insultos ao brasileiro Vinícius Júnior, atacante do Real Madrid, no jogo de ontem contra o Valencia, segundo informaram fontes da Procuradoria-Geral da Espanha.

Segundo explicou à EFE a procuradora delegada para crimes de ódio da procuradoria provincial de Valencia, Susana Gisbert, esta decisão foi tomada após o ocorrido ontem no estádio Mestalla e por decisão do Ministério Público, que no momento não tramita nenhuma denúncia por estes fatos.

O procedimento agora, segundo acrescentou, vai consistir na coleta de informações sobre o incidente de todas as fontes disponíveis, incluindo vídeos publicados nas redes sociais, eventuais informações policiais e até a súmula da partida, entre outros.

A investigação vai abordar tanto o que aconteceu antes do jogo como durante a recepção dos jogadores na avenida de Suecia, bem como durante a partida, detalhou a seção de crimes de ódio da procuradoria provincial.

Anteriormente, o Real Madrid anunciou em comunicado que recorreria à Procuradoria-Geral do Estado como acusação privada após apresentar uma denúncia ao Ministério Público por crimes de ódio e discriminação, para que os insultos racistas contra o brasileiro possam ser investigados.

O árbitro Ricardo de Burgos Bengoetxea relatou na súmula do jogo entre Real Madrid e Valencia que “um espectador” chamou Vinícius Júnior de “macaco” e que por isso ativou o protocolo de racismo, notificando o delegado de campo para fazer o anúncio correspondente pelo sistema de som do estádio Mestalla.

A partida foi interrompida por cerca de oito minutos até que o referido anúncio fosse transmitido pelo sistema de alto-falantes do estádio.