Valterci Santos / Agência de Notícias Gazeta do PovoValterci Santos / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Marcelo Oliveira promete suor e muito trabalho para conquistar o torcedor coxa-branca

Marcelo Oliveira não tem história como técnico. É fato. Ele também não parece gozar de muito prestígio com a torcida coxa-branca (basta ver os comentários em todas as reportagens sobre o tema postadas neste site). Mas não se pode desprezá-lo.

À frente do Paraná, o mineiro de 55 anos conseguiu uma incrível coesão de um grupo forjado sem planejamento — e isso realizado em meio a muitos problemas de infraestrutura.

Mostrou uma ética incrível no comando do Tricolor. Nas derrotas, exaltava um time que lutava com salários atrasados. Na vitória, era quase imperceptível.

Talvez não seja isso que os alviverdes queiram. É compreensível. Depois de voltar à elite, o certo seria ter um treinador de primeira, com tarimba em jogos do Brasileirão. Mas aí entra um segundo ponto: quem? Ou melhor: vale a pena?

O mercado está saturado, repetitivo e cheio de medalhões que ocupam um espaço desproporcional no organograma dos clubes – muitas vezes tentam ficar acima da instituição que trabalham.

Esses caras custam caro, para piorar.

Marcelo Oliveira é um teste que merece um voto de confiança. Não podemos esquecer que o calendário começa com o frágil Campeonato Paranaense. É um bom termômetro para ele e para o clube. Só não pode ter pavio curto e cobrá-lo aos 15 minutos do primeiro tempo do primeiro jogo.

Oliveira dirigiu o Atlético-MG, interino ou efetivado, “n” vezes (número oficial é seis). Deixou a fama de trabalhador e honesto. A mesma pecha ficou na Vila Capanema.

Alguns podem dizer: não viu o Kelvin! É uma meia-verdade. Consta que os paranistas tinham medo de usá-lo por causa do assédio de empresários. No Paraná, saiu desgastado por motivos óbvios e alheios ao gramado, mas errou pouco.

Vale a tentativa, sim.

Se os argumentos ainda não foram suficientes. Mais um: caso não dê certo, ao menos não vai bagunçar a casa. Ficará algo bom para o sucessor no Brasileirão. Prova disso são os resultados de Roberto Cavalo no time que o futuro comandante coxa montou.