O Miami Heat é disparado o melhor time da Conferência Leste. Mesmo assim, precisa provar isso nos playoffs – momento em que muita gente cresce e muitos outros se encolhem. Pelo que fez na temporada regular, o único empecilho a um passeio do Heat nesse lado da liga seria o New York Knicks. A equipe nova-iorquina terminou em segundo no Leste com 54 vitórias e 28 derrotas e precisou se reinventar durante a competição para superar o impacto das lesões de seus jogadores.
Ofensivamente, o time começou o ano dependendo das infiltrações e da pontaria de Carmelo Anthony – cestinha da NBA com 28,7 pontos por jogo –, além dos arremessos de três pontos, especialidade de um time que roda bastante a bola até achar o momento do chute. Quando ficou sem Carmelo (15 partidas), o Knickerbockers passou a usar mais o garrafão e a dar mais liberdade de ação para os outros atletas. Deu certo, mesmo com vários problemas de lesão, especialmente dos pivôs.
Amare Stoudemire entrou em quadra durante 29 partidas, Tyson Chandler conseguiu estar apto para 66 e o veteraníssimo Marcus Camby jogou 24, sendo titular em 4. A situação ficou tão dramática que o time precisou assinar contrato com Kenyon Martin no meio da disputa. Para os playoffs, mais dois chegaram ao Madison Square Garden (Earl Barron e Quentin Richardson) com a aposentadoria definitiva de Rasheed Wallace e a dispensa de Kurt Thomas.
Em compensação, o Knicks tem um forte candidato a melhor sexto homem (reserva) da liga norte-americana de basquete. J.R. Smith foi um ótimo escudeiro para Carmelo Anthony. Jogou 80 partidas, nenhuma como titular. Com a mira calibrada, terminou a fase inicial como 18º cestinha, com 18,1 pontos por partida. Muito do sucesso da franquia da Grande Maçã depende de como ele estará nas séries decisivas.
“O técnico [Mile Woodson] é bom demais, acertou o time em um ano, como havia feito no Atlanta Hawks. Fez o Carmelo Anthony jogar como nunca, mais objetivo nos arremessos. Tem uma boa defesa, um elenco que pode rodar, com três armadores de alto nível de características diferentes. O Knicks vai dar trabalho”, resumiu Zé Boquinha, comentarista da ESPN.
Quem também gostou do que viu da atuação do Knicks neste ano foi Mestre Tureta, comentarista do canal Space. “É o melhor elenco da temporada, tem mais banco. Espero que pelo menos o Tyson Chandler volte a jogar. O J.R. Smith pode ajudar muito o astro maior que é o Carmelo”, falou.
Outra equipe que deu trabalho ao Miami foi o Indiana Pacers, que venceu duas vezes e perdeu uma contra o superfavorito. É um time de força física, que “pode aprontar”, segundo Mestre Tureta. Não costuma fazer muitos pontos (média de 94,7), porém tem uma defesa sólida, capaz de brecar até mesmo o rolo compressor Miami Heat. Na temporada regular, sofreu 90,7 pontos por jogo.
Tradicionais, o Boston Celtics e o Chicago Bulls devem se contentar em não fazer feio. O time verde e branco não tem Rajon Rondo, machucado. Sem ele, a perda ofensiva é enorme, mesmo com o crescimento de Jeff Green. Kevin Garnett (14,8 pontos) e Paul Pierce (18,6) não têm sido suficientes para dar credibilidade à equipe. Já no lado vermelho e preto, a ausência de Derrick Rose, ainda se recuperando de cirurgia, é fatal para as pretensões da franquia.
Por fim, o Brooklyn Nets, estreante, tem feito boa campanha, mas é muito instável. Se Deron Williams mantiver-se em alta e o restante da equipe não comprometer, tem potencial para vestir a pele de zebra.