Justiça

Leila Pereira consegue medida protetiva e mantém Mancha afastada após ameaças

Leila Pereira, presidente do Palmeiras

Presidente do Palmeiras, Leila Pereira conseguiu, na Justiça, uma medida protetiva contra três integrantes líderes da Mancha Alvi Verde, principal organizada ligada ao clube. A empresária e patrocinadora da equipe alegou ter recebido ameaças em um protesto da uniformizada em frente à sede da Crefisa, uma de suas empresas, e foi à polícia e à Justiça.

continua após a publicidade

Em decisão proferida em 24 de agosto, o juiz Fabrício Reali Zia, determinou que Jorge Luis Sampaio Santos, presidente da Mancha, e os vice-presidentes Thiago Melo, o Pato Roko, e Felipe de Mattos, o Fezinho, ficam impedidos de ter contato com Leila e têm de manter distância de ao menos 300 metros da dirigente. Caso não respeitem a medida, podem ser presos preventivamente.

+ Confira a tabela completa do Brasileirão

No fim de junho, a organizada realizou um protesto direcionado a Leila com faixas e músicas, em frente à sede da Crefisa, em São Paulo. Eles manifestaram o descontentamento com a dirigente, que não se manifestou. Não houve críticas ao elenco e ao técnico Abel Ferreira.

A manifestação foi transmitida ao vivo no perfil da Mancha Alvi Verde em uma rede social, o que foi mencionada pelo juiz Reali Zia, que considerou que “o principal representante da torcida palmeirense postou o referido ato em seus perfis e, segundo a vítima, utilizou-se do protesto para se promover em suas redes sociais”.

continua após a publicidade

O magistrado destacou alguns comentários em forma de ameaça que teriam sido feitos durante a live: “Tem que meter bala na Leila”, “Se me arrumar uma arma, eu mato a Leila”, “Vou aparecer nos jornais por ter encomendado a morte da Leila”, “Não tem como usar de violência para cobrar a Leila?”, “Leila deveria ser espancada com barras de ferro”, “Coroa de flores para a Leila” e “Tem que quebrar a sede da Crefisa.”

O juiz cita em sua decisão que Leila é “pessoa pública” e “pode sofrer constrangimentos desnecessários em virtude da exposição de seus dados sensíveis ao público”. Ele oficiou Instagram e X, antigo Twitter, para que forneçam dados de 19 usuários suspeitos de terem ameaçado a dirigente.

Naquele protesto, a Mancha cobrou contratações, questionou os preços dos ingressos e ironizou a aquisição de um avião para uso do Palmeiras. A aeronave pertence à empresa de Leila Pereira, a Placar.

continua após a publicidade

Depois, em julho, a torcida usou até um dos telões da Times Square, famoso ponto de Nova York situado em travessas importantes da cidade americana, para cobrar contratações. “Cadê nossos reforços?”, lia-se na mensagem em um dos telões. Na ocasião, Leila passava férias nos Estados Unidos.

A organizada era aliada de Leila até o início do ano passado, quando a empresária, em seus primeiros meses na presidência do clube, rompeu com a uniformizada após os primeiros protestos que enfrentou. O rompimento a fez pedir de volta R$ 200 mil que havia dado para o grupo levar torcedores para Abu Dabi no Mundial de Clubes.

‘NÃO HOUVE AMEAÇA’

Por meio de sua assessoria, Leila Pereira disse não comentar assuntos ligados a Mancha Alvi Verde. O Estadão também procurou os membros da organizada. Presidente da torcida, Jorge Luís Sampaio Santos afirmou que não ter sido notificado judicialmente e disse ter recebido com “estranheza” a decisão que o impede de se aproximar da mandatária.

“Não entendo o porquê disso. Nós, em nenhum momento, ameaçamos ela”, alegou ele em contato com a reportagem. “Todos acompanharam nosso protesto. Pedimos jogadores e ironizamos o avião. Em nenhum momento fomos agressivos, nem em frase nem em cânticos, nem em nota oficial. Não ameaçamos ela”, acrescentou.

Jorge alega que ele e outros líderes da torcida nunca conversaram nem se aproximaram de Leila todas as vezes em que viram a presidente do Palmeiras depois que ela rompeu com a organizada.

“Nós somos sócios do clube, vira e mexe a gente se encontra com ela. A gente nunca falou com ela. Nunca ofendemos ela. Até porque se fizéssemos isso tem mecanismo pra punir ou expulsar a gente do clube”, afirmou. “Ela pode estar se sentindo incomodada com a nossa presença”, disse o líder da torcida.

Exit mobile version