Jogar mal e ganhar não deveria ser motivo de orgulho. Tudo bem, se um time jogar mal todas as partidas de um campeonato e vencer, será campeão. Mas a chance de isso acontecer é quase nula. Na verdade, jogar mal é só o primeiro passo para, uma hora ou outra, não ganhar.
Isso estava na cara do Atlético. O time havia vencido as três últimas partidas. Desde os 2 a 0 sobre o fraco Rio Branco de Paranaguá, na estreia de Geninho. Passando pelos 3 a 1 sobre o não menos fraco Rio Branco do Acre, pela Copa do Brasil, jogo no qual correu sérios riscos de sofrer o segundo gol no fim e ser eliminado em casa. E pelos 2 a 0 sobre o Arapongas, em Paranavaí, levando sufoco a maior parte do tempo e marcando os gols em contra-ataques.
Geninho, é verdade, admitia a cada jogo que o time precisava melhorar muito. Ponto para ele, que fugiu do discurso padrão do “importante é o resultado”. O técnico atleticano percebia com clareza que seu primeiro tropeço chegaria se as coisas não mudassem. A maioria dos jogadores, porém, preferia exaltar os resultados. Como seria se em um lance fortuito no fim da partida o Rubro-Negro tivesse conseguido a virada sobre o Corinthians-PR na noite desta quinta-feira.
Desta vez, porém, o mau futebol se repetiu, mas a vitória não veio. E quase ninguém apareceu para dar explicações. Além de Geninho, mandaram apenas um jogador que só entrou no segundo tempo, o “experiente” Claiton – entre aspas porque foi essa a explicação: Claiton é experiente; como se Paulo Baier e Kléberson, por exemplo, não fossem. Caso o Atlético vencesse, ia ter um monte de gente pra dizer que “o importante é o resultado, e a liderança”.
O resultado não foi nada além de um empate por 1 a 1, e muito menos veio a liderança. É por isso que no futebol às vezes é melhor perder, ou empatar, de uma vez. Pelo menos os erros não são mascarados e a obrigação de corrigi-los fica óbvia.