O ex-jogador Diego Valeri, que atuou brevemente com Lionel Messi na seleção argentina, opinou nesta sexta-feira, em entrevista à Agência EFE, que o impacto da chegada do craque ao Inter Miami e à MLS vai superar os de Pelé e David Beckham no futebol dos Estados Unidos.
“Não tem ponto de comparação, vai ser único”, afirmou.
Um dos maiores nomes da história do Portland Timbers, Valeri jogou com Messi na seleção argentina sub-20 e em amistosos na preparação para a Copa América de 2011.
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Ele também enfrentou o camisa 10 quando passou pelo Almería e sofreu com o Barcelona comandado na ocasião por Josep Guardiola, que aplicou uma impiedosa goleada por 8 a 0 em 2010, com direito a três gols do craque.
“Ele jogou em um nível que eu nunca tinha visto”, reconheceu.
Valeri acredita que o Inter Miami e a MLS darão a Messi um amor que ele não recebeu durante a passagem pelo Paris Saint-Germain e que, a nível esportivo, o futebol dos EUA lhe permitirá alcançar um alto nível competitivo na Copa América de 2024 e na Copa do Mundo de 2026 – que será disputada nesse país e também no Canadá e no México.
Atualmente comentarista da MLS na “Apple TV”, Valeri lembrou sua experiência pessoal com Messi e argumentou por que a contratação pelo Inter Miami pode mudar a história do “soccer”.
Confira a entrevista
EFE: A contratação de Messi é um momento histórico para o futebol americano. Acredita que pode ser comparada com a chegada de Pelé ao New York Cosmos, na (antiga liga) NASL ou a de Beckham ao Los Angeles Galaxy?
Valeri: Para mim não há ponto de comparação, isso vai ser único. Será um momento único na MLS. Estamos falando do melhor jogador da história e em um momento da liga em que há uma estrutura diferente do que em outras épocas. É um jogador que é campeão mundial, que escolhe vir, que escolhe se projetar. O acordo com a Apple projetará mundialmente o futebol dos Estados Unidos. Vem a Copa do Mundo, a Copa América, há muitas coisas para as quais isso será único e incomparável. Será único e não tem ponto de comparação.
EFE: Você jogou com Messi na seleção argentina. Como é sua relação com ele e o que te impactou no jogo dele?
Valeri: Para mim, o mais especial foi dividir a pré-temporada da Copa América (de 2011), ter ele tão perto, poder dividir um treino em um espaço reduzido, ver como ele controlava a bola. Pude apreciar esses detalhes. Fiquei muito surpreso como ele levava a bola tão perto do pé, e para dar um passe não batia na bola, ele deslizava, porque tem muita força. São pequenas coisas que apreciamos ver tão de perto. Estamos falando de história.
EFE: Você também o enfrentou durante sua passagem pelo Almería.
Valeri: Sim, o enfrentei pelo Almería, quando tive de jogar aquele jogo em que sofremos oito 8 gols do Barcelona. Naquele dia nos deram um baile, a verdade é que estava jogando em um nível que nunca tínhamos visto.
EFE: O que te deixou mais feliz com a chegada de Messi ao Inter Miami?
Valeri: Como argentino, o que me deixa mais feliz é que ele disse que essa foi uma escolha dele, e que com sua família decidiu isso. Acho que ele está tomando uma decisão muito inteligente, anunciou de uma forma muito simples, como ele é, como é sua família e seu entorno. Ao ouvi-lo, fui mobilizado por aquela criança interior de querer vê-lo jogar e curtir tão de perto.
EFE: Por que você acha que escolheu a MLS?
Valeri: Ele vê um campeonato competitivo, um campeonato e um espaço onde poderá vir e curtir sua profissão. Ele quer aproveitar esse momento de vida, com a família, e escolheu o lugar que lhe pareceu certo. Ele está falando sobre o que é a MLS e que, diante da Copa América e do Mundial, vê um espaço competitivo.
EFE: Em Paris ele não teve o carinho que Miami pode dar?.
Valeri: O amor já está se fazendo sentir, e ele ainda não chegou. É tarefa de todos encontrar esse lugar de prazer. Uma grande diferença que você pode encontrar é aquele sentimento de gratidão que talvez na França, depois de um tempo, não tenha percebido. Isso aqui vai acontecer e vai se sustentar ao longo do tempo, não acho que seja só pela novidade. Os Estados Unidos vão provar isso a ele, não só pelo que ele representa na história do futebol, mas porque é um exemplo de profissionalismo e de pessoa.