Sentados à mesa do Pravda, colado no Yankee, ali na Batel, eu, Tedeschi e Zanona (amigos das antigas, leitores assíduos do blog) já havíamos falado de tudo. Por que shows têm sido cancelados em Curitiba, viagem de ano-novo, viagem da Natal, por que não fomos passar o fim de semana na praia, o finado Los, roubo de travesseiro da conjugê no meio do noite, se o Keirrison é melhor que o Nilmar etc. Até chegarmos a um assunto obrigatório em qualquer mesa de bar composta por gente que acompanha futebol paranaense: Quem será o técnico do Coxa no centenário?

Pelo avançado da hora (e dos copos), é impossível reproduzir com total fidelidade o diálogo (ainda não adquiri o péssimo hábito de gravar conversas com os amigos). Mas transcrevo abaixo o “triálogo” da maneira mais fiel que minha mente permite.

– Quem vai ser o técnico do Coxa no centenário?
– …
– …
– Tinha que ficar o Dorival.
– É, mas já foi. E agora?
– O Levir!
– Esse vai ficar no Japão.
– Não tem! Vai ter que ser o Krüger.
– Ou o Pachequinho.
– O Ivo!
– Tá no Juventude.
– De novo?
– Não é o Zetti?
– Não, já saiu faz tempo. É o Ivo.
– Renovou.
– No mercado só tem o Cuca.
– Esse vai pro Flamengo (Tedeschi, que jogou bola com o Alexi Stival dia desses, balança a cabeça afirmativamente).
– Então vai ter que ser PC Gusmão, Gallo, Renato Gaúcho…
– O Renato vai brincar no centenário.
– É uma porcaria.
– Ele não é ruim.
– Mas tem mais chance de dar errado.
– Isso é verdade…
– Então o Edu!
– Quem?
– O Edu Coimbra!
– Ah, esse já era, tá velho.
– Não, ele não é muito mais velho que o Zico.
– Velho por velho traz o Lopes, que pelo menos conhece o clube.
– Se for para trazer um velho que conheça o clube pega o Krüger.
– Melhor o Pachequinho.
– Ou o Édison Borges.
– Tô quase achando uma boa o Oswaldo de Oliveira.
– Boa! Tá aonde?
– No Japão. Foi campeão com o Kashima.
– E o irmão dele?
– O Waldemar Lemos?
– É!
– Tá de sacanagem!
– Ou aquele do Brasiliense.
– O Chamusca?
– Isso.
– Melhor o Pachequinho.
– E o Bonamigo?
– Tá louco? Põe o Krüger.
– O Celso Roth tá complicado com o Grêmio.
– Se tá complicado lá, imagina aqui?
– A torcida do Grêmio odeia ele.
– O Roth não é ruim.
– Ruim era o time.
– Não, não é. Três zagueiros e três volantes. Meu Deus, como vou me defender?
– Krüger no centenário.
– Meu Deus, não é possível que não dê para tirar o Ivo do Juventude: Ganha quanto? 100 mil. Toma 150…
– Tem que deixar de ser bonzinho.
– Vai sobrar pro Krüger.
– Édison Borges.
– Pachequinho.
– E aquele que foi campeão pelo Corinthians?
– O Lopes?
– Não! O outro. Márcio… Fernandes.
– Márcio Bittencourt? Tá maluco?
– Não tem pulso.
– Aposta por aposta põe o Pachequinho.
– Paulo Cezar Carpegiani.
– Car-pe-gia-ni.
– Não, esse tá fora há muito tempo.
– Como? Treinou o Corinthians em 2007.
– Diziam que a culpa era dele, mas sem ele o time caiu.
– Carpegiani!
– Vocês tão malucos!
– Esse é o técnico!
– Revelou o Alex. Vai revelar o Thiago Real.
– Melhor o Krüger.
– Sério! Carpegiani.
– Tá bom.
– Põe no teu blog.
– Tá bom.
– Põe no blog.
– Tá bom, vou por.
– Põe lá. “Por que não Carpegiani para o centenário?”. Os caras vão ler e contratam.
– Tá bom, João, ele vai por (essa é a Ana, mulher do Zanona, o João).
– Põe lá.
– Tá bom, Zanona (reforça a Alline, minha mulher).
(risos)
– Vamos pagar a conta!

Não sei exatamente quem citou o nome do Carpegiani. Se eu, o Tedeschi, o Zanona, as meninas, o garçom, o Trotski pendurado na parede ou uma alma do além. Só sei que encerrou a discussão. Não necessariamente por consenso, talvez mais por falta de opção e porque as mulheres já estavam cansadas.

E sem muita convicção, mas atendendo ao pedido do amigo, coloco aqui mais um nome na roda. Um pepino daqueles para a diretoria descascar.
Vai que é tua, Cirino!
Quem mandou pedir a recontagem de votos?
Mas fica frio. Em último caso, tem o Krüger. Ou o Édison Borges. Quem sabe o Pachequinho.