O jogador de futebol Daniel Alves afirmou nesta quarta-feira (2) perante a juíza responsável por seu caso que não concorda com seu indiciamento pela suposta agressão sexual contra uma jovem em uma discoteca em Barcelona, mas não pretende recorrer porque quer “agilizar” o processo e chegar a julgamento o mais rápido possível.
O lateral brasileiro compareceu hoje por cerca de 15 minutos perante a titular do tribunal número 15 de Barcelona, que o informou de seu indiciamento pelo crime de agressão sexual com acesso carnal e lhe deu a oportunidade de falar pela última vez, antes de enviar o caso a julgamento.
Segundo fontes jurídicas, Daniel Alves, que foi transferido para os tribunais da prisão de Brians 2, onde está detido desde janeiro, fez uma breve declaração para anunciar que não concorda com as acusações, mas que não pretende recorrer porque está interessado em ir a julgamento o mais rápido possível.
Como nenhuma das partes pretende recorrer, o caso será encaminhado nos próximos dias ao Tribunal de Barcelona para que estabeleça data e sala para o julgamento.
Em nota enviada à imprensa, o escritório de advocacia Cristóbal Martell, responsável pela defesa de Daniel Alves, especificou que o jogador expressou seu “desacordo” com o relato dos fatos da acusação, porque “não condiz com a realidade do que aconteceu”.
Daniel Alves está há seis meses em prisão provisória depois de ter sido detido por supostamente ter estuprado uma jovem de 23 anos no banheiro da discoteca Sutton, em Barcelona, na noite de 30 de dezembro.
Na última segunda-feira (31), a magistrada de Instrução concluiu a investigação do caso e pronunciou a acusação contra Alves por crime de agressão sexual com acesso carnal, além de ter fixado uma fiança de 150 mil euros para cobrir eventual indenização da vítima em caso de condenação.
No auto, a juíza, que dá total credibilidade à versão da denunciante, sustenta que Daniel Alves levou a vítima a um banheiro da sala privativa da discoteca e, uma vez lá, levantou seu vestido, fez com que se sentasse em cima dele e a jogou ao chão para que fizesse sexo oral, o que a jovem recusou.
A rejeição da jovem “enfureceu” o jogador, segundo a magistrada, razão pela qual lhe deu “várias bofetadas na cara”, virou-a de costas, roçou o pênis em seu corpo e penetrou-a “de maneira violenta”.
Por sua vez, o ex-jogador do Barcelona ofereceu até quatro versões diferentes sobre o que aconteceu no banheiro da boate ao longo da investigação do caso.
Após sua prisão, em janeiro, inicialmente sustentou que não conhecia a vítima, depois admitiu que conheceu a jovem no banheiro da boate sem que nada tivesse acontecido entre eles e, finalmente, quando o juiz comparou suas explicações com as provas, afirmou que a garota havia feito sexo oral consensualmente.
Já em abril, quando já eram conhecidos os resultados dos exames biológicos que encontraram vestígios de sêmen de Daniel Alves nas partes íntimas da vítima, o jogador voltou a depor perante a juíza por vontade própria.
Nesse depoimento, admitiu pela primeira vez que teve relação sexual consensual com a vítima por via vaginal e argumentou que na primeira ocasião mentiu para esconder sua infidelidade de sua esposa.