Amigos blogueiros, como vocês viram, o blog está bem parado por esses dias. Estou literalmente passando o dia na firma fechando um material especial. Não posso falar o que é (segredo industrial, essas coisas), mas é para abril e eu tenho certeza de que vocês vão curtir muito.
Por causa disso não tenho fechado o jornal do dia, nem acompanhado muito o nosso futebol, o que me impede de escrever algo aqui no blog. E me impede, até, de apurar os votos do melhor técnico do futebol paranaense. Assim, apareço para responder a um questionamento do Eduardo Lisboa, que, imagino, vá interessar a mais gente. É sobre a carta (sem assinatura) colocada no site do Coxa rebatendo a matéria publicada sábado na Gazeta, referente ao plano de sócios do clube.
Temos dois fatos nessa história: o quadro associativo do Coritiba aumentou; o clube paga uma comissão elevada para a empresa que gerencia o plano. Expusemos o que a empresa faz (tudo – divulgação, emissão de boletos e etc) e quanto isso custa. É isso que a gente mostra na matéria.
Em nenhum momento a matéria diz que o plano é um fracasso, como o comunicado colocado no site do clube (repito, sem assinatura) tenta induzir quem lê a acreditar.
O valor de 82 mil reais de fato serviu como parâmetro para dizer que o clube já pagou à empresa mais do que os 500 mil que gastaria para gerenciar o plano. Obviamente, não foi feito um cálculo de 82 mil vezes 12 meses. Afinal, o Coritiba começou o ano com menos sócios do que em agosto, mas terminou com mais. Assim, serve de base para um cálculo aproximado, e para dizer com segurança que superou os 500 mil.
O repórter perguntou ao diretor de marketing do Coritiba e ao diretor da empresa duas vezes sobre esse valor. Eles não responderam.
Se ainda assim o clube considera melhor terceirizar, é opção de gestão, como está na matéria, e ninguém julga isso. Não há garantia de que uma autogestão daria certo – poderia ser um sucesso como é no Inter, ou dado um bug como foi no Atlético. Mas o torcedor tem o direito de saber como funciona o plano de sócios, como seu dinheiro está sendo investido.
Quanto à acusação de que estamos servindo a A, B ou C, isso é uma bobagem sem tamanho, que eu só vou responder para não escreverem nos comentários que quem cala, consente.
Uma lista de acusações contra a diretoria do Coritiba foi jogada na internet. Nós fomos atrás de algo que pudesse embasar essas acusações. Com base nisso as matérias estão sendo feitas, e voltarão a ser se tivermos algo que valha. É normal em qualquer veículo que se proponha a fazer jornalismo, não oba-oba. E procedemos assim como Atlético e Paraná também.
Quem está à frente de um clube gigantesco como o Coritiba tem que estar preparado para receber questionamentos e tem que ter o mínimo de jogo de cintura para lidar com denúncias que sejam investigadas pela imprensa. Isso parece ainda faltar para essa diretoria, mas ainda há tempo para aprender.
Já na sexta-feira, junto com essa matéria do plano de sócios, foi escrita outra das contas da festa. Que só não saiu sábado por falta de espaço. Na própria sexta ficou definido que sairia hoje, como saiu, sem que nem uma vírgula fosse mudada por causa da reclamação de alguém do clube.
Todos os valores de gastos específicos na festa citados na primeira matéria estão corretos (aluguel de táxi, da casa, gastos com bebida etc.). Havia um valor incompleto, o gasto total – colocamos cerca de 100 mil e é algo em torno de 120 mil. No resto, a matéria de terça traz as explicações sobre os gastos que o presidente Cirino disse na primeira reportagem que buscaria.
Por fim, o texto não assinado diz que “causa estranheza” algumas das últimas matérias do repórter. Engraçado que não causou estranheza quando o mesmo repórter escreveu matéria em que cobrou da prefeitura uma agilização na avaliação do projeto do novo Couto – e a prefeitura, aliás, se mexeu. Nem quando o mesmo repórter deu voz ao Coritiba e seus coirmãos para reclamar do absurdo critério de premiação da Copa do Brasil – aliás, só a Gazeta deu importância ao tema. Aí, o jornal e o jornalista servem? Na cabeça de cartola (que muda de endereço e cor de camisa, mas não muda de mentalidade), sim.
Espero ter respondido ao Eduardo e aos demais, que têm todo o direito de discordar e achar que só escrevi bobagem. Mas enfim, é o que tenho a dizer sobre isso. Se tiverem mais questionamentos, mandem ver nos comentários. Não garanto resposta imediata, mas prometo que respondo quando possível.
Abraços.
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Conheço muito coxa-branca que só ficou sabendo que é “colega de arquibancada” da Guta Stresser por causa do Eternamente Coxa. A contratação de uma atriz global para a campanha realmente embeleza as peças publicitárias, chama a atenção de quem não curte futebol e garante espaço em coluna social, mas me parece duvidoso para atrair torcedor.
Não entendo por que o Coritiba não explorou (essa diretoria e a anterior) uma arma que clube nenhum no Brasil tinha: ídolos formados em casa, identificados com o clube. Henrique, Keirrison e Pedro Ken foram heróis no título da Série B. O K9 teve uma performance incomparável na história do clube em 2008. Venderiam até calção de banho para torcedor do Coritiba de férias no Alasca. E ainda assim não estrelaram uma mísera campanha do clube. Por quê, se é praxe entre os clubes pagar parte do salário como exploração de direito de imagem?