Em nota oficial, a Conmebol criticou nesta terça-feira (5) a punição imposta pela Federação Inglesa (FA) ao atacante uruguaio Edinson Cavani no último dia 31 de dezembro. O jogador do Manchester United foi suspenso por três jogos após utilizar o termo “negrito” em uma publicação no Instagram, em novembro.

De acordo com a entidade máxima do futebol sul-americano, a FA não levou em consideração características culturais e uso de certos termos na fala cotidiana do Uruguai ao aplicar a sanção ao jogador.

“A Conmebol condena e sempre condenará com a maior energia qualquer manifestação racista ou discriminatória, mas o caso específico para o qual Cavani foi sancionado não constitui uma delas”, diz trecho da nota.

Cavani escreveu “Obrigado, negrito” em uma mensagem de agradecimento a um elogio nas redes sociais após marcar duas vezes contra o Southampton. Mais tarde, apagou a postagem.

A FA abriu investigação e depois puniu o atleta alegando que o comentário foi “insultuoso e/ou abusivo e/ou impróprio e/ou trouxe descrédito ao jogo”.

A decisão causou revolta no Uruguai – houve mobilização em favor do atacante, inclusive com apoio da Academia de Letras Uruguaia.

Leia a nota oficial da Conmebol:

“A Conmebol expressa sua solidariedade ao jogador Edinson Cavani, sancionado pela Federação Inglesa de Futebol. A medida disciplinar para o jogador destacado da seleção uruguaia claramente não leva em consideração as características culturais e o uso de certos termos na fala cotidiana do Uruguai.
O julgamento desses tipos de declarações, no âmbito de um processo que pode acarretar em penalidades para o atleta e que afetam sua reputação e bom nome, deve ser sempre realizado levando em consideração o contexto em que foram feitas e, sobretudo, as peculiaridades culturais de cada jogador e de cada país.
A Conmebol condena e sempre condenará com a maior energia qualquer manifestação racista ou discriminatória, mas o caso específico para o qual Cavani foi sancionado não constitui uma delas.”