Com Domènec, Athletico irá continuar andando em círculos

Por entender que o cargo de técnico depende mais da sorte, o Athletico joga cartas. Com Paulo Turra e Wesley Carvalho, em 2023, jogou e perdeu.
Agora, está apostando alto. O simples interesse pelo catalão Domènec Torrent não altera a essência do conceito cujo elemento nuclear é a irrelevância do treinador.
Se confirmada a contratação, o Furacão, dentro do seu espírito inovador, terá inventado uma nova espécie de dirigente: o do amador profissional. É aquele que integra o quadro institucional do clube, exerce função remunerada, só que diferente de outros, pode errar que nada acontece.
Qual o critério para contratar Domènec?
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Ter sido assistente de Pep Guardiola, devem sustentar Rodrigo Gama Monteiro e Marcio Lara, esses amadores profissionais que continuam no Caju. Esse critério irá tornar ainda mais irresponsável a contratação de Domènec. O espanhol já provou que tem muita dificuldade para o aprendizado de qualquer matéria que trata de futebol. Ao afastar-se de Guardiola, foi um fracasso.
No Flamengo, era para ficar dois anos. Foi demitido em três meses. No Galatasaray, da Turquia, era para ficar dois anos. Foi demitido em cinco meses. A sua presença no comando técnico do time turco provocou um fato inusitado no futebol atual: o presidente eleito Dursun Ozbek ganhou a eleição por ter prometido demiti-lo do cargo.
No passado, a demissão de um técnico não querido pela torcida era usada como promessa. No Athletico, inclusive. Anibal Khoury ganhou a eleição de presidente, concorrendo com Pedroso de Morais, prometendo mandar embora o treinador Valdemar Carabina. Ganhou e cumpriu a promessa.
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Por implicar em várias circunstâncias que, às vezes, tornam-se imprevisíveis, qualquer contratação no futebol é um negócio de risco. E, sendo assim, convive-se com o erro. No entanto, se não é possível evitá-lo, é possível diminui-lo com pesquisas e análises que adotem critérios racionais. Mas para alcançar esse estágio é necessário um profissional capaz, elemento do qual o Athletico está carente há muito tempo.
Não há critério que recomende a contratação de Domènec Torrent.
No futebol, o Athletico passa a sensação que adota como padrão a “figura de um 8”, como da música “Flowers in the Dirt”, de Paulo MacCartney, o nosso cantor desses dias: move-se sem sair do lugar, em círculos, não sabendo se está indo ou vindo, adiantado ou atrasado.