A Justiça da Espanha está fechando o cerco contra o Barcelona. Nesta quinta-feira (28), o juiz responsável pelo chamado “Caso Negreira”, Joaquin Aguirre, formalizou nova acusação contra o clube, formalizando a suspeita de pagamento de suborno. Até então, o caso era investigado como evasão fiscal, com foco no ex-árbitro José María Enríquez Negreira.
A partir de agora, o Barcelona se torna o maior foco da acusação. A suspeita é de que o clube espanhol pagou suborno a Negreira. O valor seria de 7,3 milhões de euros (cerca de R$ 38,5 milhões, pelo câmbio atual), recebidos entre os anos de 2001 e 2018, por ser integrante da Comissão de Arbitragem da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF).
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“O crime de suborno foi consumado uma vez efetuado o pagamento, esteja ou não demonstrada a corrupção sistêmica da arbitragem espanhola devido a tais pagamentos”, afirmou o juiz, para quem o Barcelona não usou um “método de pagamento tradicional”, mas “uma nova forma de possível remuneração ilegítima”.
Na sua avaliação, em documento obtido pelo jornal espanhol El Confidencial, isso representa “possível corrupção sistêmica” na comissão de arbitragem, uma vez que Negreira era quem escolhia os juízes para cada rodada do Campeonato Espanhol.
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De acordo com autoridades, no momento não há previsão de prisão dos então dirigentes do clube catalão e da RFEF. Mas isso pode mudar a médio prazo porque também nesta quinta a polícia espanhola fez uma busca e apreensão na sede da federação, com foco na Comissão de Arbitragem, em Madri. Não houve detenções.
Além do Barcelona, são acusados no caso os ex-presidentes do clube Sandro Rosell e Josep Maria Bartomeu e os ex-executivos Oscar Grau e Albert Soler. A direção atual do clube nega qualquer acusação de corrupção e alega que os pagamentos se referem à contratação de Negreira como consultor de arbitragem para orientação do elenco e da comissão técnica.
Do ponto de vista esportivo, o clube catalão não corre o risco de sofrer punições, uma vez que o caso já prescreveu. Mas há risco de sanções na esfera da Uefa, além da Justiça comum.