O Coritiba só venceu o Paulista porque sofreu um gol logo no início da partida. A bola na rede aos 7 minutos fez Guilherme Macuglia ver rapidinho que o Coxa estava mal armado.
Um time com três volantes e um meia isolado não pode achar que vai vencer nem mesmo um adversário meia-boca como o Paulista. Pois foi assim que o Coxa jogou. Adriano e Juninho imediatamente à frente da zaga, Túlio um pouquinho mais avançado e Pedro Ken isolado entre os dois volantes e às vezes um zagueiro do time de Jundiaí. A bola jamais chegaria a Henrique Dias e Hugo.
Só começou a chegar quando Túlio virou meia e abriu pelo lado esquerdo. Pedro Ken saiu do meio e passou para a direita. E o Coxa passou a viver de triangulações — Anderson Lima, Pedro Ken e Henrique Dias de um lado; Douglas Silva, Túlio e Hugo do outro. E foi em uma trama pela direita que saiu o primeiro gol, com Túlio.
No segundo tempo, com Keirrison no ataque, Macuglia formou um losângo no meio. Juninho como único volante centralizado, Túlio agora pela direita, entrando na diagonal. Pedro Ken pela esquerda, também entrando na diagonal. E Henrique Dias se aproximando pelo meio. Todos com o auxílio de Hugo, um pivô perfeito.
O segundo gol foi marcado em um avanço diagonal de Túlio — o quarto, também com ele, poderia ter saído da mesma maneira. O terceiro foi marcado com o eficiente trabalho de pivô de Hugo, servindo Keirrison, que perdeu a bola para Douglas Silva marcar o gol.
Estrear com vitória era obrigação no Coritiba. Especialmente porque o time vai fazer duas complicadas partidas fora, contra Gama e Ituano.
Obrigação cumprida, Macuglia tem que tirar lições do que deu certo, para repetir nos jogos seguintes, e também dos erros que o time cometeu.
O mais evidente foi a escalação inicial do meio-de-campo. Com a armação de ontem será quase impossível vencer em casa.
Também não se pode criar a ilusão de que Túlio vai resolver sempre. Guardadas as enormes e devidas proporções, o cabeludo está para o Coxa como Josué está para o São Paulo. Mas assim como Josué não é responsável por resolver partidas no Morumbi, Túlio não pode ter o mesmo dever no Couto Pereira.
Marlos é o jogador ideal para assumir a responsabilidade de armação no Coritiba. A diretoria precisa ter consciência disso e renovar logo o seu contrato.
E Anderson Lima não é mais o mesmo. Lento e impreciso nos passes, nem nas faltas e escanteios tem conseguido ajudar. Gilberto Flores vem aí. Se jogar o que jogou no ACP, será titular.