O ex-meia Alex se posicionou sobre os casos de racismo que vêm ocorrendo no futebol brasileiro e mundial.
O mais recente deles aconteceu no último domingo (20), quando o meia Gérson, do Flamengo, acusou o colombiano Ramirez, do Bahia, de tê-lo discriminado pela cor da pele, durante o embate entre as equipes no Maracanã.
O Flamengo já comunicou que entrará com uma representação no STJD contra Ramírez e também contra o técnico Mano Menezes, que acabou demitido após a partida. Caso seja punido, Ramírez pode receber ganho de até dez jogos e pagar multa de até R$ 100 mil.
“Foram séculos para se construir a estrutura que conhecemos e por várias razões não era discutida. Hoje passa por essa discussão. Não sei quanto tempo levará a desconstrução dessa estrutura, mas será desconstruída. É uma luta diária!”, escreveu Alex, em sua conta no Instagram.
O ex-jogador e
futuro técnico também relembrou as situações de racismo que presenciou no
futebol dos anos 1980 e 90.
“Cresci na
década de 80/90 no meio de um racismo estrutural com o qual tinha que lidar
todos os dias. Não é nada simples! Nada era dito, engolíamos e seguíamos em
frente. No futebol, era algo totalmente ‘normal’”, narra.
“E toda mudança
estrutural causa um abalo. Desde a vinda dos europeus, quando da abolição se
deu uma pseudo-liberdade, mas que se limitou aos espaços. Foram séculos para a
construção dessa estrutura. A desconstrução está acontecendo”, prossegue.
“Não sei quanto tempo levará, mas mudará! Enfrentar e entender essas mudanças é o mais importante. Somos todos iguais, apesar de uma boa porcentagem da população ainda ter dificuldades em assimilar isso. Mesmo depois de minha vida ter mudado bastante, ainda vejo, sinto isso e me enojo com certas situações”, completou.