
Alan Bahia acertou sua transferência para o Vissel Kobe, do Japão
Ouvi falar em Alan Bahia pela primeira vez quando eu cobria o Atlético, entre 2001 e 2002. Volta e meia o Carlos Guimarães, então assessor de imprensa do clube, chegava para os setoristas e dizia que o sub-20 havia vencido com um gol do Alan. A ênfase era pelo fato de ele ser volante e por sempre balançar a rede cobrando pênaltis.
Engraçado que a última impressão deixada pelo Alan no Atlético tenha sido exatamente igual à primeira: um volante que vai resolver as coisas lá na frente, muitas vezes com cobrança de pênalti. E, no último ano, com a paradona, artimanha que ele teve a audácia de usar até em Atletiba, provocando a ira do experiente Edson Bastos.
Entre o início e o fim, Alan Bahia esteve sempre na marca do pênalti na Baixada. Subiu no melhor momento da história do clube, firmou-se entre os vice-campeonatos brasileiro e da Libertadores.
Depois, desmoronou junto com o Atlético. Cada fracasso da equipe dentro de campo era acompanhado por mais rumores de que Alan estava abusando das noitadas. Entre os torcedores, ganhou o nada honroso apelido de Alambique. No clube, também perdia pontos pela sua amizade com Dagoberto, o que obviamente desagradava a diretoria.
O fundo do poço veio em 27 de julho de 2007, quando bateu seu carro na via rápida do Pinheirinho. O acidente feriu o volante levemente, mas matou Alex Miranda, jogador mediano, mas melhor amigo de Alan.
O fundo do poço para o Atlético de Alan Bahia também não demorou a chegar. Os sucessivos erros da diretoria colocaram o clube no aparentemente irremediável caminho do rebaixamento à Série B.
Alan Bahia foi um dos salvadores do Furacão. Seus dez gols o fizeram artilheiro do time e foram fundamentais para manter o Atlético na Série A. Mais do que isso, foram fundamentais para zerar a dívida de Alan com o Atlético. O volante pode ter certeza de que cumpriu sua missão na Baixada.
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Missão cumprida, mas por um valor pequeno. 2 milhões de dólares, segundo informa reportagem de Thiago de Araújo, na Gazeta Online. Considerando que metade vai para o PSTC, o Atlético lucrará pouco com o jogador que ainda tinha quase dois anos de contrato.
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No Japão, Alan Bahia encontrará um time intermediário, décimo colocado na última J-League e que tenta uma reconstrução com Caio Júnior. Espera não ter o mesmo destino do ex-companheiro Claiton, que trocou a Baixada pelo Oriente para ser rebaixado com o Consadole Sapporo.
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França não vem mais, diz Marcos Malucelli. Pela grife e pelo histórico recente, custaria muito mais do que pode render no momento. Até quarta tem novidades para o ataque. Esperemos.
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O amigo Cristian Toledo me informa do fim do Tribuna no Esporte. Mais um espaço de esporte local que se fecha em nome de mais espaço aos paulistas. Depois não sabem por que o Curíntia tem mais torcida que os nossos times. Aqui e aqui, mais detalhes sobre o triste fim do TNE.