A 10 por hora por causa das férias, vi só agora à tarde o vídeo do novo Couto, o qual reproduzo (para o caso de alguém não ter visto) e comento.
Li alguns comentários reclamando que o novo Couto é igual à Arena Palestra, outro projeto da W Torre. É muito parecido mesmo, falta um pouco de identidade. Mas a Arena Palestra também não é lá muito original, parece muito com o estádio do União Leiria, outro projeto do portuga Tomas (Turbano?) Taveira.
Gostei dos dois anéis. Vai frustrar muito torcedor, que preferia três, como hoje em dia, mas facilita o acesso, deixa os torcedores mais perto do campo.
Ou melhor, deixaria se as arquibancadas fossem próximas ao gramado. Tá muito longe. Atrás dos gols nem muda muito, mas na lateral… Parece o velho Pinheirão, pombas. Não se faz mais estádio com a arquibancada tão longe – e nem com fosso, rapaziada.
Entre os dois anéis há um cinturão provavelmente de camarotes e cabines de imprensa. A imprensa agradece, especialmente a turma do rádio e da tevê. É inseguro trabalhar no Couto de hoje, com o pescoço ao alcance dos torcedores.
Foi só impressão o gol de entrada ter uma arquibancada curva e o de fundo, uma arquibancada reta. Impressão causada pela cobertura, que avança até um pedaço do campo de jogo.
A questão agora é: vai sair da tela do computador? Imagina-se que sim, afinal, a diretoria do Coritiba tem um nome a zelar – tanto o próprio como principalmente o do clube -, não seria irresponsável (espera-se) de vender uma ilusão dessas.
É importante ficar de olho na Arena Palestra. Esse é o carro-chefe da WTorre. Enquanto o estádio do Palmeiras não avançar, o do Coxa não avança.
E mais importante ainda é a diretoria do Coritiba saber que a partir do momento que o velho Couto for ao chão, ou eles colocam um Couto novinho em pé em dois anos ou podem inaugurar o primeiro condomínio da WTorre em Plutão.
Revelações do sub-20
Vi um bom pedaço de Coritiba 2 x 0 Náutico, pelo Brasileiro Sub-20.
Gostei do time do Pachequinho, muito bem armado. Willian praticamente fazendo um terceiro zagueiro à frente dos beques, laterais (Evandro e Timbó) subindo bastante, dois meio-campistas (Ruy e Vicari) ligando defesa e ataque, um meia (Thiago Real) bem avançado, dois atacantes fortes (Fábio Freitas e Róger).
Fiquei especialmente impressionado com dois jogadores, o zagueiro Lucas Claro e o atacante Róger. Claro é o zagueiro-zagueiro. Alto, forte, sério, antecipa bem, dá chutão sem medo e aparece bem no ataque, seja passando ou finalizando. Róger lembra muito o Lima. Tanto pela fisionomia como pelo estilo meio mortão, à espera da hora de finalizar. Seu gol, aproveitando de primeira um lançamento do zagueiro Lucas Mendes, foi sacanagem.
Eu estava curioso para ver o Thiago Real jogar. E precisar vê-lo de novo para tirar uma conclusão. Tem habilidade, fez um belo gol de pé direito, deixando dos zagueiros para trás, mas seu estilo de jogo me incomoda. Lembra um amigo de pelada, que quer sempre tocar de primeira, olhar para um lado e mandar a bola para o outro, essas coisas. Marra demais. Melhor jogar simples.
Desafio do Geninho
Respondendo ao desafio de ontem. Com Geninho no comando, o Atlético jamais perdeu um clássico local. Falso.
Geninho disputou seis clássicos no futebol paranaense, todos no comando do Atlético.
O primeiro foi um empate por 1 a 1 com o Paraná, no Brasileiro de 2001. Hélcio fez o gol tricolor no finzinho da partida.
Ainda em 2001, outro empate, 0 a 0 com o Coritiba, no Couto Pereira. Flávio pegou um pênalti batido por Enílton.
Já em 2002, outro 0 a 0, contra o Paraná, na Arena, pela Sul-Minas. No dia seguinte, Kléber bateu sua Mercedes em um carro parado na academia em que o Atlético fazia hidroginástica e desceu o carro espinafrando Geninho por tê-lo tirado no dia anterior.
A única vitória de Geninho em clássicos, um 2 a 0 sobre o Coritiba, na Arena, pela Sul-Minas. Flávio Luís e Luisinho Netto (que na semana tentou fazer a imprensa engolir com farinha a história de que ele tinha dez gols em Atletibas) marcaram.
Aí, veio a derrota: 1 a 0 para o Coritiba, no Couto Pereira, pelo Supercampeonato. Na véspera do clássico, Alberto Maculan disse ter obtido de dentro do CT do Coritiba informações de que o árbitro Cleivaldo Bernardo prejudicaria o Atlético. O jogo foi um festival de pontapés, com cinco expulsões, pancadaria em campo após o apito final e Da Silva decidindo para o Coxa. Foi o último jogo da primeira passagem de Geninho pela Baixada.
Por fim, teve o 1 a 1 deste ano, no Couto, pelo Brasileiro.
Desafio do leitor
O leitor Sander devolveu o desafio, perguntando se teve algum ano em que o Atlético não perdeu para o Coxa. E o Isler reforça com a pergunta inversa, se o Coxa passou algum ano sem perder para o Atlético.
É o seguinte. Em 84 anos de Atletiba, o Coritiba encerrou 24 sem perder para o rival. E o Atlético fechou 19 sem perder para o Coritiba. Segue a lista. Os anos repetidos são aqueles em que todos os Atletibas terminaram empatados. E por todos entenda-se até ano em que só houve um Atletiba, como 2007.
Coritiba – 1924 (uma vitória), 1925 (três empates), 1926 (uma vitória e um empate), 1929 (dois empates), 1931 (uma vitória), 1935 (duas vitórias), 1942 (três vitórias), 1943 (uma vitória e dois empates), 1952 (três vitórias), 1956 (duas vitórias e um empate), 1959 (duas vitórias e um empate), 1961 (três vitórias), 1962 (uma vitória e um empate), 1967 (duas vitórias e um empate), 1969 (uma vitória e um empate), 1973 (duas vitórias e dois empates), 1978 (três vitórias e três empates), 1979 (três vitórias e três empates), 1986 (uma vitória e um empate), 1991 (dois empates), 1993 (duas vitórias e um empate), 1994 (três vitórias e dois empates), 2001 (duas vitórias e um empate) e 2007 (um empate).
Atlético – 1925 (três empates), 1928 (três vitórias), 1929 (dois empates), 1934 (duas vitórias e um empate), 1936 (uma vitória e um empate), 1946 (uma vitória e um empate), 1949 (quatro vitórias), 1958 (duas vitórias), 1963 (um empate e duas vitórias), 1964 (uma vitória), 1966 (uma vitória e um empate), 1980 (uma vitória e um empate), 1981 (uma vitória e um empate), 1982 (duas vitórias e dois empates), 1987 (duas vitórias e dois empates), 1991 (dois empates), 1997 (duas vitórias e dois empates), 2006 (uma vitória) e 2007 (um empate).