Coritiba e Ivo Wortmann retomam, nesta quarta-feira, uma história em comum na Copa do Brasil. O clube já disputou o torneio 14 vezes, o treinador já esteve na competição em seis oportunidades. Mas é do ano em que estiveram juntos, em 2001, que ambos guardam as melhores lembranças do torneio.

O Coritiba de Ivo começou claudicante naquela Copa do Brasil. Precisou dos dois duelos para eliminar Desportiva e Nacional-AM e caminhava para a eliminação perante o Goiás, nas oitavas-de-final.

A partida em Goiânia acabara 1 a 1 e os primeiros 45 minutos no Couto Pereira apontavam 2 a 1 para o Goiás. Era preciso virar o jogo. Mais do que isso, era preciso mexer com o time do Coritiba.

Quem estava no estádio quase caiu de costas quando viu o time voltar do intervalo. Ivo fez três mudanças: trocou um atacante pelo outro (Marquinhos por Evair), um lateral por um zagueiro (Alemão por Danilo) e o outro lateral por um meia (Patrício por Alexandre Pinho). A zaga ficou com uma linha de três jogadores, Juliano e Fabinho foram abertos para armar o jogo mais próximo à linha lateral.

O Coritiba foi para cima, virou o jogo para 4 a 2. Permitiu um gol do Goiás e resistiu à pressão no fim do jogo para avançar às quartas-de-final.

Nas duas semanas seguintes, duelo contra o Flamengo. O mesmo esquema, já com Mabília (hoje auxiliar técnico) como titular, e outra vitória eletrizante no Couto, por 3 a 2. Empate por 1 a 1 no Maracanã e lá ia o Alviverde para a semifinal.

Na briga por uma lugar na decisão, o Coxa emperrou. Perdeu duas vezes para o timaço do Grêmio que seria campeão naquele ano: 3 a 1 e 1 a 0. Ainda assim, deixou uma marca definitiva no futebol brasileiro.

Antes do Coritiba de Ivo, o futebol nacional tinha apenas duas experiências no 3-5-2. A fracassada seleção de Lazaroni, em 1990, e o Carrossel Caipira de Vadão no Mogi-Mirim. Entre os clubes grandes, o Coxa foi o pioneiro a adotar o esquema não com laterais (o que dá ao sistema muitas vezes uma cara de 5-3-2), mas com meias pelas alas.

Um sistema que virou moda, como mostrou o próprio Grêmio campeão daquele ano, e, muitas tentativas depois, sacramentou o São Paulo de Muricy em 2008. Um sistema que nasceu em um tentativa desesperada de salvar o time da eliminação e o treinador da demissão. E que poderia muito bem ser repetido neste ano, não fosse a morosidade de Carlinhos Paraíba e Marlos.

O Coxa de Ivo (antes da mudança)
Um 4-4-2 clássico, com cinco pares (dois laterais, dois beques, dois volantes, dois meias e dois atacantes).


O Coxa de Ivo (depois da mudança)
Uma linha de três zagueiros, os meias Juliano e Fabinho abertos nas alas, dois volantes, um meia centralizado, um atacante de referência e outro de velocidade.


O Coxa de Ivo (versão 2009)
O ideal seria Pedro Ken e Carlinhos Paraíba atuarem como meias abertas, com Marlos centralizado. No cenário atual, Guaru ou Vicente faz a função de Paraíba e Renatinho ocupa o espaço de Marlos.


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Marlos nem foi para Manaus. Decisão técnica, alega o Coritiba. Até acredito, pois ele não tem jogado nada. Mas também tem uma pitada de castigo pela recusa em sequer negociar um novo contrato. Por tudo aquilo que Marlos (não) tem feito, a decisão foi perfeita.

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Na manhã desta quinta a prefeitura vai receber o Coritiba para discutir a questão do estádio. Mais uma vez, mérito ao colega Marcio Reinecken, que escreveu matéria sobre a maneira como a prefeitura empurrava com a barriga o projeto do novo Couto. Pressionada, a prefeitura decidiu agir. Agora, que tome a decisão que seja melhor para a cidade.

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Ah, sim, estou providenciando um Photoshop ou um Corel. Em breve, teremos campinhos menos toscos.