O técnico Antônio Carlos Zago estreou mal no comando do Coritiba. O treinador, que chegou de forma emergencial ao clube, mudou o esquema tático, tirou Alef Manga no começo do segundo tempo e viu o Coxa repetir os erros dos últimos jogos. O Coxa perdeu para o Sport por 2 a 0, no Recife, e foi eliminado da Copa do Brasil.

O próprio comandante falou em entrevista coletiva que teve pouco tempo para treinar a equipe, mas optou por colocar um time totalmente modificado na Ilha do Retiro, no duelo que valia vaga nas oitavas de final.

+ Confira a tabela completa da Copa do Brasil

Com um 3-4-3, Zago colocou Victor Luís como zagueiro pela esquerda, ao lado de Bruno Viana e Kuscevic. No meio, Willian Farias e Jesús Trindade atuaram na tentativa de fazer uma contenção defensiva, com os laterais Natanael e Jamerson atuando como pontas. No ataque, Kaio César, Manga e Rodrinho Pinho pouco assustaram o adversário.

E o novo sistema mostrou que precisa de muitos ajustes logo aos três minutos, quando Ewerthon recebeu cruzamento da esquerda e abriu o placar para os mandantes. Foi o 10º gol sofrido de 22 tomados (ou seja, 45% dos gols) pelo time antes dos 15 minutos de cada tempo – um alerta para que entre em campo mais ligado nas partidas.

Além disso, sem um homem de armação, o time sofreu com a criatividade. Erro que vinha de outros jogos, quando os comandantes optavam pela trinca de volantes. No primeiro tempo, o jovem Kaio César, que não pode ser reserva, vindo buscar o jogo, foi o mais lúcido.

Alef Manga pouco apareceu, mas é o jogador mais decisivo e o artilheiro do time, e não pode ser substituído logo no começo do segundo tempo. Faltou a Zago o conhecimento da importância do camisa 11 para Coxa. Porque se o coletivo não funciona, a individualidade é a solução.

O treinador explicou a saída do atacante dizendo que queria naquele momento um atleta que “atuasse entrelinhas”, mas quem entrou foi o recém-chegado Zé Roberto, que nada fez de diferente. Entraram no time também Bruno Gomes, Boschilia, William Pottker e Liziero.

Zago ainda disse que vai manter o esquema, mas tentando aprimorar o conjunto ao longo dos treinamentos. O problema é que, no sábado (29), o Coxa já tem um desafio importantíssimo diante do São Paulo pelo Brasileirão, onde já amargou duas derrotas por 3 a 0.

“A tendência é utilizar três zagueiros. Isso facilita a saída de bola, a gente vem tendo uma boa construção, basta ir ajeitando aos poucos, mas a tendência é essa”, declarou.

O reflexo dos erros e da bagunça do Coritiba diante do Sport foi resumida com a confusão nas substituições da reta final de jogo. Saíram três jogadores e entraram dois, demorando mais de um minuto para definição de quem não sairia e de como o time se portaria em campo (veja no vídeo abaixo).

Com a “salada” de Zago na reta final de partida, o Coxa não teve forças para evitar a eliminação, quando já perdia por 2 a 0, e deixou a torcida do Coritiba ainda mais desacreditada para um ano que prometia ser diferente, devido ao maior investimento já feito na história do clube.

O desafio do novo treinador é, em pouco tempo, implantar suas ideias e fazer com que o time seja, ao menos, organizado e criativo para evitar o pior em 2023. O Alviverde já vem de oito partidas sem vencer (cinco derrotas e três empates), com 18 gols sofridos no período.

Reação da torcida na estreia de Zago

https://twitter.com/resenhacoritiba/status/1651373967578464256https://twitter.com/BFelipe22/status/1651375412524589056https://twitter.com/natioliveiraa/status/1651373642788339712https://twitter.com/ClaudioFag/status/1651374559671484416https://twitter.com/Glaucoxa/status/1651372862651899906https://twitter.com/InstaCoritiba/status/1651372810185392128