Principal sócio da Treecorp, fundo de investimentos que comprou a SAF do Coritiba, o empresário Roberto Justus diz ter ficado impressionado com a torcida coxa-branca na vitória sobre o Fluminense, na última segunda-feira (26), no Couto Pereira. Justus esteve em um dos camarotes do estádio.

“Eu fiquei muito impressionado com uma torcida que apoia o time em qualquer condição. O time ainda está na zona de rebaixamento, apesar de estarmos a um ponto de sair dela, e vamos sair, com toda certeza, mas é um time cuja torcida não abandona”, declarou o empresário, em declarações ao site oficial do Coxa.

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Ainda de acordo com o investidor, a atmosfera no Couto durante a vitória sobre o Flu parecia a da decisão de um título. “É um fervor, um calor, numa segunda-feira à noite, parecia final de Libertadores. Isso me impressionou bastante, me contagiou bastante. É este o clima que tem que ser criado neste time”, prosseguiu.

Confira outros pontos da entrevista de Justus:

Mais sobre a torcida do Coritiba

“É como se fosse
uma religião, uma loucura coletiva saudável, desde que não haja quebra-quebra
na hora ruim. É isso que a torcida brasileira tem que aprender. É sempre
saudável torcer com energia, com entusiasmo, dentro dos limites. Foi a primeira
vez que vim ao Couto Pereira e fiquei contagiado por essa torcida maravilhosa”.

Recepção no Couto Pereira

“Eu fiquei muito
surpreso pela forma como a torcida de acolheu, nos arredores do estádio, na
entrada, na saída, os gritos, as pessoas chegando perto. Meio que um misto. Eu
primeiro fiquei lisonjeado por este carinho”, disse. “Eu brinquei com meus
sócios que a minha responsabilidade aumentou muito”.

Objetivos financeiros

“É claro que uma
SAF tem no final, no médio e longo prazos, interesses de fazer um grande
negócio financeiro. Sem dúvida nenhuma, não vamos negar isso. Somos uma empresa
do mercado financeiro. Mas é muito mais do que isso. É diferente do investimento
tradicional. Aqui tem uma paixão diferenciada”.

Vitórias e ambiente

“Nós estávamos
numa onda ruim e já revertemos esta onda”, afirma Justus.

“A autoestima
está voltando. É um círculo virtuoso maravilhoso que vai atraindo coisas
positivas. E vai atraindo jogadores também. Há dois, três meses, jamais
pensariam em vir para o Coritiba, por mais que pagássemos bem a eles. Então a
SAF tem recurso para trazer jogador, mas tem que ter a vontade dos caras virem.
Jogador não quer aliar o nome a um time perdedor, quer aliar a um projeto
vencedor”.

Sócios-torcedores

“Os sócios são
fundamentais neste jogo. Temos um número que na média brasileira não está ruim,
30 e poucos mil sócios. Mas  dá para
crescer muito. O sócio tem que entender que o que ele vai investir nessa
mensalidade vai ser diretamente ligado ao resultado, porque nós precisamos
deste recurso”, afirma.

“Se a gente
consegue aumentar isso para 100 mil torcedores, vocês não imaginam o quanto
isso vai nos ajudar. É um dinheiro com gente séria, decente. Não está indo para
o bolso de ninguém. Diferentemente do que foi o futebol do passado”.

Exemplo do Botafogo

“Dez anos é um grande prazo. O futebol brasileiro neste momento está se reinventando. Empresas como a nossa e outras estão entrando. É só olhar o Botafogo: hoje é um time respeitado esportivamente, bem administrado e está liderando o Brasileiro, com grandes chances de ser campeão. Nós queremos fazer a mesma coisa”.