Pior da história: 5 motivos para o vexame do Coritiba no Brasileirão

Na temporada de maior investimento de sua história, o Coritiba foi da esperança ao vexame no Brasileirão 2023.
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Em ano que também ficou marcado pela venda da SAF, a série de erros cometidos pelo Coxa fez com que o clube seguisse à risca o roteiro para mais um rebaixamento, desta vez com a pior campanha da centenária história alviverde em uma Série A.
Confira cinco motivos que tentam explicar o trepidante fracasso coxa-branca.
Péssimo início de ano na gestão de Glenn Stenger

Ainda sob a gestão do G5 eleito, liderado pelo presidente Glenn Stenger, o Coritiba gastou mais de R$ 27 milhões na montagem do elenco que disputaria o Estadual.
Nomes como Luan Polli, Bruno Viana, Junior Urso, Liziero, Rodrigo Pinho e William Pottker chegaram com o aval do então diretor de futebol, Lucas Drubscky. O planejamento pouco criterioso já havia sido marcado pela demissão atropelada de Guto Ferreira e a chegada de António Oliveira.
Em março, o Coxa foi eliminado pelo modesto Cascavel, nas quartas de final do Paranaense. Em abril, demitiu António Oliveira. Na sequência, contratou o polêmico Antônio Carlos Zago e foi eliminado na Copa do Brasil. Com poucas rodadas de Série A, a briga contra o rebaixamento já era uma ameaça real.
A problemática transição para a SAF

Em maio, o Coritiba anunciou o acerto com a Treecorp para a venda de 90% da SAF do clube. O processo, que se arrastava desde o início do ano, envolveu troca de acusações.
Ex-gerente, Paulo Thomaz de Aquino apontou que a Treecorp já liderava as decisões do departamento de futebol desde o final de 2022. O novo CEO, Carlos Amodeo, rebateu o funcionário demitido, garantindo que o trabalho teve início apenas em maio de 2023.
O fogo cruzado entre gestores escancarou os bastidores problemáticos da troca de poder no Alto da Glória. Já no fim da Série A, com a queda antecipada sacramentada, houve tempo para Stenger e Amodeo trocarem farpas sobre um suposto déficit de R$ 150 milhões nas contas do clube.
Artur Moraes e o “caso Zago”

Quando Antônio Carlos Zago detonou o elenco do Coxa após uma goleada sofrida para o Grêmio, o head esportivo da SAF, Artur Moraes, endossou o discurso do treinador, que seria demitido dias depois.
Ex-goleiro do próprio Coxa, Moraes criticou a postura dos jogadores e foi veemente nas cobranças aos atletas. Seria uma das raras e controversas aparições do criticado gestor, que se tornaria um dos principais alvos da torcida alviverde no restante da temporada.
Se o ambiente no Alto da Glória já havia ficado insustentável após a entrevista de Zago, as falas de Moraes jogaram mais combustível na crise.
Carlos Amodeo e uma janela de transferências decepcionante

Com o Coxa já afundado na zona de rebaixamento, a janela de transferências de meio de ano virou a esperança da SAF de reverter os rumos. O trabalho não seria fácil.
Em entrevista ao UmDois no mês de junho, Amodeo afirmou que o foco era trazer atletas experientes, que elevassem o nível de competição e também a capacidade física da equipe. Mas o saldo foi decepcionante.
Chegaram o zagueiro Reynaldo, o lateral Hayner, os volantes Fransérgio e Sebastian Gómez, os atacantes Edu, Maurício Garcez, Diogo Oliveira e Lucas Barbosa, além do trio de veteranos estrangeiros, Samaris, Jesé Rodríguez e Slimani.
Destes, poucos se firmaram. Reforços caros, Samaris e Jesé pareciam ex-jogadores. O fato é que, apesar de muita grana investida, apenas Gómez e Slimani demonstraram capacidade de “mudar o patamar do elenco”.
O caso Alef Manga e um “ídolo” que diminui o Coritiba

Por fim, a temporada foi marcada ainda pelo envolvimento do então principal jogador do elenco, Alef Manga, em um esquema de manipulação de resultados no futebol brasileiro.
Afastado em maio, Manga chegou a ter contrato suspenso, mas na sequência foi reintegrado, mesmo diante dos fortes indícios da participação do jogador em atos ilícitos. Manga viraria réu na Operação Penalidade Máxima e seria afastado novamente, antes de ser emprestado ao Pafos, do Chipre.
Entre G5 e SAF, a hesitação para tomar decisão enérgica em relação ao jogador revelou um Coritiba vacilante, que se diminuiu diante de um jogador mediano, vivendo excelente fase. Falta de atitude que seria reforçada pela diretoria após o episódio envolvendo a agressão do atacante Diogo Oliveira ao zagueiro Kuscevic.