No ano em que fez o maior investimento de sua história no futebol, o Coritiba já acumula fracassos no Campeonato Paranaense, Copa do Brasil, além de uma péssima largada na Série A do Brasileirão 2023: em seis partidas, tem dois empates, quatro derrotas e é vice-lanterna.
+ Confira a tabela do Coritiba no Brasileirão
De quebra, o Coxa alcançou na atual temporada a marca negativa de pior jejum da história do clube — com a derrota no Atletiba a série aumentou para 12 partidas sem vencer.
Na iminência da aprovação da venda da SAF do clube, listamos cinco razões para o péssimo primeiro semestre coxa-branca dentro das quatro linhas.
1 – O processo de saída de Guto Ferreira

A atual temporada começou ainda em 2022, com a demissão de Guto Ferreira, que ajudou o clube a evitar o rebaixamento. Ele deixou o Alto da Glória com 41,67% de aproveitamento em quatro meses de trabalho.
A saída pegou o próprio Guto de surpresa: segundo o técnico, ele já havia feito diversas reuniões com o G5 sobre o planejamento de 2023 e alega ter recusado propostas de Série A para seguir no projeto do clube.
Já a aposta alviverde, em António Oliveira, mostrou ser arriscada. A questão não é a troca em si de um técnico pelo outro, algo normal no futebol. Mas sim a forma atabalhoada com que foi conduzida, refletindo falta de convicção dos gestores.
2 – Alto investimento em apostas arriscadas

Na sequência, a diretoria do Coritiba despejou dinheiro na contratação de atletas que não viviam bons momentos na carreira. Bruno Viana, por exemplo, estava no fraco futebol chinês.
Já o atacante
Rodrigo Pinho somou apenas dez jogos nas duas últimas temporadas no Benfica e
chegou a ir ao time B dos portugueses. O Coxa investiu alto, portanto, para
tentar reabilitá-los.
A lista seguiu com Luan Polli, Kuscevic, Victor Luis, Junior Urso, Liziero, Marcelino Moreno, Robson, Pottker, atletas que, juntos, ainda não deram consistência à equipe alviverde. Por fim, ainda chegou um pacotão do Maringá, clube da Série D.
3 – Manutenção de Oliveira no período pré-Brasileirão

Com António Oliveira, o Coritiba não apenas foi eliminado do Estadual nas quartas de final pelo Cascavel, da Série D, como sofria até mesmo para criar uma mínima consistência de jogo. O trabalho nitidamente não evoluía e apresentava falhas em todos os setores.
Apesar disso, a diretoria do Coritiba optou por manter o técnico durante o importante mês sem jogos que precedeu o início do Brasileirão: então bastou a derrota na estreia da Série A para o Flamengo para o português cair e Antônio Carlos Zago chegar.
Novamente, as faltas de convicção e de poder de decisão pesaram contra o Coritiba, que perdeu um mês inteiro com um técnico que seria demitido no primeiro revés. Na sequência, ainda caiu o diretor de futebol, Lucas Drubscky.
4 – Mau uso da base

Problema crônico da história recente do Coritiba, o mau uso e avaliação dos atletas formados nas categorias de base persiste sob a gestão do presidente em exercício, Glenn Stenger.
Há problemas na
avaliação interna dos atletas, a transição para o time profissional é falha e,
por fim, não há confiança dos cartolas nos piás do Couto: o Coxa acaba contratando
reforços de qualidade comprovadamente duvidosa em vez de apostar nos meninos
que forma.
O resultado é a
desvalorização dos próprios ativos e a dificuldade em aumentar o patamar do
Coritiba na negociação de jovens formados no Couto no mercado da bola.
5 – A “agenda positiva” de Glenn Stenger

A cadeia de erros no planejamento do Coritiba em 2023 prossegue com as tentativas de “contenção de danos” do presidente. Fora de campo, o mandatário apostou na esdrúxula estratégia de tentar blindar a diretoria e controlar os ânimos da torcida com a ajuda de influencers de rede social.
Apesar da disposição em tentar emplacar uma “agenda positiva”, os resultados em campo acabaram expondo, seguidas vezes, a fragilidade da manobra. Agora, a esperança toda recai na venda da SAF do clube e na expectativa de uma tão sonhada e adiada profissionalização do futebol alviverde.