O título inédito da Copa do Brasil sub-20, em 2020, parecia o início de uma promissora carreira para uma série de garotos apontados como o futuro do Coritiba. Dentre eles, o lateral-esquerdo Ângelo, um dos destaques daquela equipe.

Três anos depois, Ângelo rescindiu contrato com o Coxa para atuar pelo modesto Brusque, da Série C. Ele tem 22 anos e recebeu apenas uma oportunidade na equipe principal. Somou empréstimos para Portuguesa e o próprio Brusque.

Neste período, passaram pela posição Romário, Diego Porfírio, Rafael Santos e Egídio. Todos mais experientes e mais caros, mas não se pode dizer que nenhum emplacou.

Em 2023, Victor Luis teve um Estadual inteiro para mostrar aquilo que já era esperado: não passa de um atleta para compor elenco. Rapidamente perdeu a posição para o recém-chegado Jemerson.

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A questão aqui não é a trajetória de Ângelo, especificamente. Mas sim a extrema dificuldade que o Coritiba encontra, gestão após gestão, em aproveitar e fazer render os atletas criados na própria base – tanto esportivamente, como financeiramente. Sob a liderança de Glenn Stenger, não é diferente.

Dos 11 titulares daquele título da Copa do Brasil sub-20, apenas o lateral-direito Natanael se firmou. O atacante Kaio César, que era reserva, vem conquistando espaço. Já o artilheiro, Luizão, foi vendido para os Emirados Árabes, por apenas 800 mil dólares.

A venda recente de Igor Paixão para o Feyenoord, em plena disputa do Brasileirão de 2022, foi uma exceção.

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Os demais acabaram emprestados, descartados ou seguem aguardando chance. Há ainda casos de jovens que ganharam opurtunidades, como Bernardo e Biel, mas não convenceram. A paciência com a base, no Alto da Glória, é bastante curta. A impressão é de que, quem vem de fora, já chega com mais moral.

Para o Brasileirão 2023, por exemplo, o Coritiba apostou em um duvidoso pacotão de reforços que é uma incógnita. E que apenas reforça a desconfiança do clube nos jogadores que ele mesmo revela.