O Coritiba protocolou nessa segunda-feira (14) um pedido de recuperação judicial para tratar suas dívidas e cessar as execuções contra o clube. O movimento faz parte da estratégia da diretoria para consolidar sua SAF (Sociedade Anônima do Futebol) antes da chegada de um parceiro estratégico, procurado pela XP Investimentos.
O Coxa vai na contramão de Botafogo, Cruzeiro e Vasco, os principais times brasileiros que já negociaram suas SAFs. O objetivo é ter sua dívida “empacotada” e assim aumentar a avaliação no mercado. O valor citado no pedido de recuperação judicial é de R$ 114,2 milhões.
“Por isso, na nossa estratégia, o tratamento da dívida veio primeiro, para que realmente o valuation do Coritiba seja o melhor possível. A dívida tratada presume previsibilidade do que vai se enfrentar, ao contrário de incertezas que uma dívida não tratada acaba gerando”, explica o presidente Juarez Moraes e Silva em entrevista coletiva.
“As pessoas buscam comparar o valuation com os outros clubes que talvez não fizeram a tratativa de dívida que fizemos. O Coritiba terá um diferencial muito grande”, acrescenta o vice-presidente Glenn Stenger.
Caso aprovada a recuperação judicial – o prazo é de duas semanas –, o Coxa passará a ter um administrador judicial e não poderá sofrer novas cobranças e execuções. O clube, então, terá seis meses para apresenta um plano para o pagamento das contas.
O valor citado no pedido de recuperação não representa o total da dívida coxa-branca, engloba apenas trabalhistas, cíveis e comerciais.
As obrigações fiscais do clube estão em dia. No ano passado, o clube deixou o Profut (Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro) e aderiu ao Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos), com diminuição de R$ 35 milhões no total da dívida tributária.
“O protocolo de recuperação judicial foi feito, temos que aguardar a decisão do juiz. O processo todo é muito sólido e estamos confiantes que ele vai se consolidando de muito positiva”, afirma Juarez.
“O objetivo é levar o Coritiba outros patamares. As ações são no sentido de sanear o endividamento, mas principalmente dar condições para que o Coritiba galgue outro patamar no futebol”, emenda o dirigente.
