Coritiba
Entrevista

Follador diz que é fácil administrar o Coritiba: “Nosso grande problema é até fevereiro”

Por
Fernando Rudnick
01/12/2020 12:19 - Atualizado: 29/09/2023 23:07

O consultor em previdência Renato Follador Júnior, filho de uma das lendas do Coritiba – Renatinho Follador –, é o segundo entrevistado do UmDois Esportes na série com os postulantes ao cargo para o próximo triênio (2021-2023).

O atual presidente, Samir Namur, também foi sabatinado e a entrevista publicada na última segunda-feira (30). Outro rival do pleito, João Carlos Vialle, terá a conversa publicada nesta quarta-feira (2).

Também ex-jogador do Coxa, na década de 1970, o candidato pela chapa Coritiba Ideal espera aliar sua experiência como atleta com o conhecimento na área empresarial para mudar os rumos do clube. E ele promete uma revolução.

"Não acredito em empresa ou clube sem projeto. Fizemos um projeto para pelo menos 15 anos. Esse projeto estratégico muda toda a forma de administração, de gestão, de um clube de futebol no Brasil", aponta.

Veja a entrevista no vídeo acima!

Confira abaixo trechos:

Em 2019, você disse que “administrar o Coritiba é mais fácil do que administrar uma padaria”. Você segue pensando desta forma? Não é simplista demais?

Na época, quis dizer que pelo fato de já ter jogado futebol, ter experiência muito grande de vestiário, são quase 30 anos entre meu período de amador, profissional e categorias de base. Isso facilita muito o entendimento do core do clube, da atividade principal, que é o futebol. E eu disse que era mais fácil administrar o Coritiba do que uma padaria em função também da minha experiência como executivo, CEO, presidente de empresas, que têm atividades muito mais complexas do que um clube de futebol. Realmente, para quem tem a minha experiência, a minha vivência de futebol, é muito fácil administrar o Coritiba.

Agora, fiz uma correlação e, na verdade, conversando com o Marcelo Almeida, membro do meu G5 e que hoje é padeiro, não é tão fácil administrar uma padaria. Mas o Coritiba, com meu conhecimento, minha história profissional somada à do meu G5, que na verdade é um G6 com o ex-presidente Vilson Ribeiro de Andrade, tenho certeza absoluta que vai ser fácil. E digo mais, quando você administra um orçamento, você tem algumas alternativas para melhorar ou equilibrar. Ou aumenta a receita ou melhora o gasto. Minha primeira ação, e que vai ter muito sucesso, vai ser gastar melhor. Porque não tem cabimento contratar 56 jogadores e destes só cinco aprovarem. Hoje você tem tecnologias, softwares de avaliação, para captação de jogadores. Tenho certeza absoluta que vou melhorar muito o gasto do Coritiba, independentemente das novas fontes de receita que vamos procurar.

Qual sua ideia de técnico e de elenco para o Coritiba? E como fazer um time competitivo com tantas dívidas para administrar?

Quando nos propusemos a comandar o Coritiba, é óbvio que buscamos fazer o planejamento estratégico. Não acredito em empresa ou clube sem projeto. Fizemos um  projeto para pelo menos 15 anos. Esse projeto estratégico muda toda a forma de administração, de gestão, de um clube de futebol no Brasil. Para você ter uma ideia, a figura ilustre e poderosa do diretor de futebol não existe no nosso organograma. Achamos que o grande problema nos últimos anos foi a terceirização do futebol. Você tinha um G5 que não entende de futebol e esse G5 contrata e dá todos os poderes para um diretor de futebol que acaba interferindo não só na equipe, mas acabou indicando gente para o departamento financeiro. É um absurdo terceirizar uma gestão estratégica. Para minimizar isso, acabamos com a diretoria de futebol e temos três coordenadorias: de captação, de avaliação e preparação e uma de performance. E elas terão o mesmo nível hierárquico, terão de falar entre elas e serão constituídas por profissionais de alto calibre. Acima de tudo, todos serão responsáveis por todas as categorias, do profissional ao sub-11. Então é importante que os três coordenadores administrem com a mesma metodologia, mesmo profissionalismo e uma gestão conjunta de todas as categorias. Isso vai facilitar a transição, principalmente para o profissional. Acima das três coordenadorias vamos ter um diretor que vai ser a ponte com o G5, que vai funcionar como um conselho de administração. Vamos participar das grandes decisões estratégicas e vamos ser a palavra final, democraticamente, com votação. O G5 não abre mão de ser a decisão final nas contrações maiores, especialmente no que diz respeito a futebol, jogador e treinador. Com relação a treinador, acabou a figura do treinador que traz um pacotinho. Ele pode trazer um, dois auxiliares, mas o restante vai ser comissão do Coritiba. Mais do que isso, esse treinador vai passar pelo mesmo processo de avaliação. Tem que ser um treinador moderno, que não abdique da tecnologia, que trabalhe em grupo e que saiba trabalhar com a equipe que lhe for colocada nas mãos. Ele vai poder indicar jogador? Vai, mas o poder dele vai ser o mesmo dos coordenadores e do presidente. Eu também vou poder indicar, mas o jogador vai ter de passar por toda essa peneira.

Você me perguntou se teríamos condição de criar uma equipe competitiva. Veja bem, no fim de fevereiro terminam quase todos os contratos. Vamos poder fazer todo o trabalho de captação, de avaliação, partindo praticamente do zero. O nosso grande problema é de 17 dezembro ao final de fevereiro. Porque aí temos de ter sensibilidade, sabedoria, para aproveitar que de bom estiver sendo feito, para não estragar o vestiário e ambiente do plantel, se estiver numa fase boa. Até mandei um recado para eles, mostrem futebol, mostrem capacidade técnica, que vamos analisar com isenção. E quem tem talento, comprometimento, vamos prestigiar. Mas é óbvio, se o clube estiver com as atuações que está tendo vamos ter que mexer alguma coisa em 17 de dezembro.

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