Coritiba
Eleições

Ela quer ser a primeira mulher diretora do Coritiba; conheça a história da Marianna

Por
Juliana Fontes
20/11/2020 15:13 - Atualizado: 29/09/2023 23:10
Marianna, com a filha Maria Luiza no colo, em ação beneficente envolvendo o Coritiba.
Marianna, com a filha Maria Luiza no colo, em ação beneficente envolvendo o Coritiba. | Foto: Arquivo pessoal

Marianna Libano de Souza, 30 anos, poderá se tornar a primeira mulher a ocupar um cargo de alto escalão na diretoria do Coritiba em toda a história. A advogada e empresária faz parte da chapa União Coxa, do candidato João Carlos Vialle, que concorre à presidência para o período 2021/2023. As eleições acontecem no próximo dia 12 de dezembro.

Frequentadora assídua do Couto Pereira desde criança, Marianna quer abrir espaço no futebol brasileiro. “Se tivermos mulheres qualificadas em cargos diretivos, a presença feminina nas arquibancadas jamais será vista com estranheza”.

Por já ter vivenciado situações desagradáveis no ambiente do futebol, a integrante do grupo de oposição esclarece que há um plano específico para que as mulheres sejam mais participativas nos bastidores do Coritiba.

“Dentro da nossa chapa já estamos criando um núcleo feminino de debates e, por que não, de formação de novas líderes. Quero cada vez mais mulheres fazendo parte desse movimento e do dia a dia do clube”, detalha.

Uma das críticas de Marianna à atual gestão é justamente ao afastamento das mulheres das principais decisões do clube. Como exemplo, ela cita a extinta categoria de sócia Lady, que possibilitava o direito ao meio ingresso às mulheres, mas excluía o direito ao voto.

“Boa parte das torcedoras ainda têm certa resistência em se tornarem frequentadoras habituais e sócias por conta do ambiente que é, por vezes, hostil, ou por não ser preparado para as mulheres. O assédio é desagradável, o menosprezo também, e infelizmente ainda são constantes. Se temos mulheres qualificadas em cargos diretivos, a presença feminina nas arquibancadas jamais será vista com estranheza”, aposta.

Sócia do Coxa desde 2010, Marianna já foi integrante da Associação de Torcedores do Coritiba Dalmo Pereira Louzada, conhecida como Coriasso, além de ter atuado ativamente como mobilizadora do projeto da Estátua de Dirceu Krüger, entre outras ações sociais da torcida e do Green Hell.

“Hoje o Coritiba é intrínseco à minha vida. Minha família e a minha filha nasceram graças ao Coxa e ao Krüger, pois conheci meu marido na mobilização para a construção da estátua. Espero escrever uma parte bonita da história do clube do lado de dentro”, afirma a mãe de Maria Luiza, de dois anos e 8 meses.

Arquivo pessoal
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Articulação frustrada e entrada na política do Coxa

Após a tentativa frustrada de união entre todas as alas políticas, para que não houvesse bate-chapa, Marianna foi chamada pela oposição na reunião realizada no escritório do ex-presidente Giovani Gionédis, no dia 25 de agosto.

“O grupo entendia como de extrema relevância a presença feminina no G5, pois, além das mulheres estarem presentes na história do Coritiba, é certo que existem várias coxas-brancas capacitadas para assumir um cargo de direção”, relata. A advogada cursa, atualmente, Gestão de Futebol pela Universidade de Futebol.

G5, como ficou conhecido, é o grupo eleito que assume a responsabilidade de comandar o clube. A chapa União Coxa é composta, além de Marianna, por João Carlos Vialle (presidente), Luciano Plugge (1º vice-presidente), João Luiz Buffara Lopes (Jango) e Luiz Henrique Jorge (Espeto).

Nas últimas eleições no Coritiba, em 2017, a advogada esteve do lado de Namur, como apoiadora. Porém, ao longo dos três anos de gestão, mudou de posição.

“Quando apoiei a chapa que foi vencedora nas últimas eleições, acreditei naquele projeto e propostas. Porém, nunca tive qualquer tipo de ingerência na gestão e nas decisões. O que podia fazer, e fiz com muito afinco, foi cobrar, como torcedora e até então apoiadora, uma mudança de postura, de planejamento e de soluções, que infelizmente não ocorreu”, explica.

Para ela, um dos grandes problemas internos do clube é a não continuidade dos ciclos gestores. “Estou com o Vialle porque este grupo acredita na união e experiência. Caso contrário, gestão após gestão, teremos um eterno recomeço. Permaneceram [na chapa] apenas as pessoas que deixaram de lado vaidades e egos pessoais”, pontua.

Histórico de cartolas mulheres em Athletico, Coritiba e Paraná

Poucas foram as mulheres que conseguiram participar de cargos diretivos no Trio de Ferro. Conforme apuração do grupo Helênicos, que cuida da história do Coritba, o Coxa nunca contou com uma em cargos de gestão, assim como o Paraná. Diferentemente do que ocorreu no Athletico.

Leide Parolin Marinoni, que foi a primeira sócia, em 1949, aos 17 anos, atuou como conselheira do Rubro-Negro na década de 1970, e chegou a 2ª vice-presidente do Conselho Deliberativo, em 2002 e 2003. De 2009 a 2011, o Furacão teve duas mulheres em cargos de alto escalão: Cristiane Canet Mocellin, 2ª vice-presidente do Conselho Deliberativo e Yára Christina Eisenbach, 2ª Vice-presidente Conselho Administrativo.

Caso consiga ser eleita, juntamente com a chapa União Coxa, a torcedora espera abrir portas.
“A representatividade feminina no futebol é escassa. Hoje temos um único clube na série A com uma mulher na diretoria, o Corinthians, com a Edna Murad Hadlik, 1ª Vice-Presidente da Diretoria. Espero que isso se torne cada vez mais frequente em todos os outros clubes e na nossa sociedade em geral. Desejo que cada mulher possa estar onde sentir vontade”, diz a coxa-branca.

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