“Me disseram que ele é um cara para ficar de olho”. A frase de agosto de 2012 é do magnata italiano Silvio Berlusconi, então dono do poderoso Milan de Pato, Balotelli e Robinho.
Berlusconi elogiava o jovem goleiro Gabriel Vasconcellos, recém-contratado pelo Milan junto ao Cruzeiro, e que havia acabado de fazer a estreia na seleção olímpica do Brasil, em vitória por 3 a 0 sobre a Nova Zelândia.
Dez anos depois, o Coxa anunciou oficialmente Gabriel nesta terça-feira (12), com contrato até 2026.
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Naquele 2012, o arqueiro faria também a estreia na seleção principal comandada por Mano Menezes, em amistoso contra a Suécia, e conquistaria a medalha de prata na Olimpíada de Londres.
O novo reforço do Coritiba acabaria não voltando à seleção e não se firmando no Milan, “sumindo” do radar do torcedor brasileiro. Mas ele construiu carreira sólida no País da Bota.
“O Gabriel chegou muito jovem e é claro que no início encontrou alguma dificuldade”, explica Marco Guidi, jornalista da Gazzetta dello Sport, um dos principais jornais da Itália.
“Mas depois, quando foi emprestado para o Carpi, na Série B, jogou muito bem. Acho até que foi um dos melhores anos de sua carreira”, prossegue. Após a boa campanha, Gabriel foi emprestado ao Napoli, mas não teve oportunidades.
“Acho que o grande erro do Gabriel foi o de ter ido para o Napoli, onde não teria espaço. Depois ele teve boas atuações no Empoli e, mais recentemente, no Lecce. É muito talentoso”, complementa Guidi.
A opinião é compartilhada por Andersinho Marques, ex-árbitro na Itália e comentarista esportivo em um canal de TV italiano. “Ele foi o melhor goleiro da Série B pelo Carpi. Nesta última temporada, também ficou entre os melhores goleiros da competição pelo Lecce”, analisa.
Como joga Gabriel Vasconcellos, novo goleiro do Coritiba?
Andersinho acredita que Gabriel será importante na campanha do Coritiba no Brasileirão. “O pessoal no Brasil não o conhece porque ele não jogou em times conhecidos da Série A. Mas é um goleiro muito experiente, que tem tudo para dar certo no futebol brasileiro”, diz.
Já o italiano Marco Guidi detalha o estilo de jogo do
goleiro. “Ele tem uma grande capacidade. É um goleiro forte também com os pés,
mas que às vezes se arriscava muito”, explica.
“É muito reativo e rápido. O que falou a ele foi um pouquinho mais de personalidade, na minha opinião. Mas isso foi consequência também de ter vindo muito jovem. Mas, repito, é um excelente profissional e ótima pessoa”, arremata.