“O resgate da identidade do Coritiba deve se tornar um catalizador de uma revolução verde e branca que contagiará toda a estrutura, mantendo a coerência em todas as decisões”.

Assim dizia o manifesto de marca da chapa encabeçada por Renato Follador na eleição para a presidência do Coxa, no final de 2020. A frase, aparentemente ampla e genérica, guardava o embrião de uma ideia que em breve pode transformar a história coxa-branca: a modernização do escudo do clube.

O projeto, apresentado recentemente pelo Coritiba, representa o amadurecimento de um plano cujas raízes remontam ao início da gestão de Follador, passando pela presidência de Juarez Moraes e Silva e, enfim, oficializado pelo atual mandatário, Glenn Stenger.

A proposta, que tem como um dos pilares mais ousados, polêmicos e significativos a retirada da estrela de campeão brasileiro de 1985, já foi aprovada pelo Conselho Deliberativo e passará por votação dos associados, com data ainda a ser definida.

“Na verdade, o projeto nunca teve um pai. Os gestores, desde o Follador, depois o Juarez e agora o Glenn, sabiam e entendiam a necessidade de fazer um projeto como esse”, explica o gestor de marketing do Coxa, Rodrigo Florenzano.

“O projeto foi
surgindo no andamento da gestão. Até porque tinham muitos assuntos mais
prioritários do que este. Assim que a agência achou que estava pronto para nos
apresentar o escudo, começamos o processo de apresentação interna”, reforça.

O presidente
afastado do cargo por questões de saúde, Juarez Moraes e Silva, confirma o
caráter “colaborativo” da questão que, como ideia, já circulava nos corredores
do Couto desde o início da gestão de Follador, em 2021.

De Follador a Stenger: uma visão de futuro para o Coritiba

Coritiba já teve 7 atualizações de escudo. Foto: Divulgação/Coritiba

Interlocutores de Follador, morto em julho de 2021, vítima da Covid-19, atestam que o então mandatário tinha uma visão ampla de modernização do Coritiba, com planos públicos e ambiciosos de modernizar o Couto Pereira, mas também o escudo do clube.

Neste último ponto, por sinal, Follador chegou a projetar a contratação de desenhistas de empresas como Disney e Warner Bros para a remodelação do tradicional escudo. Não houve tempo.

O projeto, por
fim, foi assumido pela Candy Shop, agência de publicidade com sede em Curitiba,
que já havia sido responsável pelo lançamento da marca 1909 e do design da
camisa comemorativa em homenagem a Dirceu Krüger.

“O recado dado
pelo marketing do Coritiba foi simples e claro: exaltar a tradição do clube e
olhar para o futuro”, explica Beto Matta, da Candy Shop, que expõe o ponto de
vista da agência sobre a polêmica retirada da estrela de 1985.

“O que faz o
torcedor imaginar que não alcançaremos novas glórias? Assim como as conquistas
anteriores ao título nacional, como Fita Azul e Torneio do Povo, são datas
lembradas em uniformes comemorativos”, reforça.

“Atualmente, campeões ostentam em seus uniformes a taça conquistada no ano de sua conquista. Este é o jeito moderno de representa-las”, completa.

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