Com bola rolando, Operário 1×1 Maringá. Nos pênaltis, o Fantasma ganhou, 5×4, e conquistou o título de campeão do Paraná. 

Uma solução para o campeonato, sem mistério. Os dois times, no jogo jogado, foram tão iguais nessa final, (2 a 2, no primeiro), que só mesmo a causalidade da solução por pênaltis poderia decidir.

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Ainda no primeiro tempo, aos 37 minutos, o Maringá marcou (1×0) com Matheus Moraes.  Aos 42 minutos, o Operário empatou, de pênalti, com Vinicius Mingotti. Na decisão por pênaltis, o herói foi o goleiro Elias, que defendeu o último do Maringá cobrado por Ronald.

Elias foi o herói da final e garantiu o título ao Operário. Foto: João Heim/Gazeta Press

O Maringá foi melhor no jogo corrido até que o sistema de jogo ultra conservador, do seu bom técnico Jorge Castilho, provocou o dano que é fatal em uma decisão e que foi levado para os pênaltis: o cansaço físico e mental.

É que a ordem de marcação individual, homem a homem, exaure o jogador. É um sistema criado pelo italiano Ferrucio Valcareggi, por entender que era a única forma da Itália marcar o Brasil de Pelé, Gerson, Tostão e Rivelino,  na final da Copa do Mundo de 1970. Brasil, 4 a 1.

O resto é história.

Foi o sistema de jogo que Luiz Felipe Scolari, o Felipão, ordenou o Athletico na final da Libertadores, em Guaiaquil, contra o Flamengo.

O zagueiro Pedro Henrique, de triste memória, saiu caçando os cariocas e foi expulso, deixando o Furacão com dez jogadores, antes do final do 1º tempo. Flamengo 1 x 0 e, em razão desse título, vai jogar o Super Mundial, e o Athletico vai jogar a Segundona nacional.

Concordo que é mais fácil analisar uma decisão com evidências.

Operário ficou com a taça do Estadual 2025. Foto: André Johnson/Operário

Mas, por ser um romântico na análise do futebol, entendo que, em um final de iguais como essa, o Operário tinha um elemento relevante: mais que o ambiente de campo e a torcida, no Germano Kruger, tinha um apelo baseado na forte identidade imprimida pela sua história centenária.  

Em resumo, o Operário tinha “camisa”.

Não essa que, por necessidade financeira, como muitos clubes, parece ser um anúncio de supermercado. Mas, a camisa preta e branca que originou uma cultura popular em Ponta Grossa, de um “Fantasma” que ao invés de provocar medo, só provoca amor e orgulho.

E viva o campeão do Paraná!