Análise

VAR justifica a discussão sobre lei do impedimento. Conheça suas transformações

Lance do impedimento de Bruno Henrique no duelo entre Independiente Del Valle e Flamengo.

Por 22 anos, o francês Arséne Wenger dirigiu o Arsenal em 1.235 jogos oficiais, venceu 707, empatou 280 e perdeu 248. Ganhou a Premier League, o Campeonato Inglês, em 1997/1998, 2001/2002 e 2003/2004, este de forma invicta, algo que nenhum time conseguiu repetir e o Liverpool tenta alcançar na atual temporada. Faturou, ainda, a FA Cup, Copa da Inglaterra, em 1997/1998, 2001/2002, 2002/2003, 2004/2005, 2013/2014, 2014/2015 e 2016/2017, além de erguer a Supercopa da Inglaterra em 1998, 1999, 2002, 2004, 2014, 2015 e 2017. Foram 17 troféus.

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É importante contextualizar a passagem de Wenger pelos Gunners, ante seu final de trajetória até certo ponto melancólico à frente do time londrino. Ele está na história do futebol inglês como um dos homens que modificaram a forma como o futebol é jogado no país onde suas regras foram criadas. Hoje, é o chefe de desenvolvimento de futebol da Fifa, e nesta semana disse quer irá propor uma mudança na regra. Seu objetivo: beneficiar o ataque em situações de possível impedimento e evitar que gols sejam anulados por centímetros ou mesmo milímetros em tempos de VAR.

Arsène Wenger propõe mudança na linha do impedimento.

A ideia de Arséne Wenger é que deixe de ser considerado impedimento se alguma parte do corpo do atleta que possa marcar um gol esteja na mesma linha do último defensor, mesmo que outras partes estejam à frente. Suas palavras, em Berlim, no Laureus World Sports Awards, deverão ir adiante. Tal mudança na regra do futebol será apresentada no encontro da International Board (IFAB) no último dia deste mês. Em junho a alteração pode entrar em vigor, se aprovada. Fato é que tais discussões hoje são mais do que necessárias diante do uso dos recursos de vídeo.

Em 1866 surgiu a regra do impedimento, então exigindo que três jogadores adversários estivessem entre o que recebe a bola e a linha de fundo rival. Tal regra é anterior ao surgimento do goleiro, o que só aconteceria cinco anos depois. Em 1907 ninguém mais ficava impedido quando em seu próprio campo. Já em 1925, o offside passa a se caracterizar quando não há dois jogadores entre o jogador que recebe a pelota e a meta oponente, e não mais três adversários. Em 1991, estar na mesma linha do penúltimo defensor rival deixou de ser impedimento.

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As constantes polêmicas em jogos de competições da Conmebol reforçam a tese de Wenger. Mudanças são mesmo necessárias. Uma delas seria a definição de impedimento a partir do posicionamento dos pés em situações como a de Bruno Henrique em Independiente Del Valle 2 x 2 Flamengo, quarta-feira passada, na primeira partida da Recopa, em Quito. O atacante partiu do próprio campo, mas parte de um ombro estaria pouco à frente da linha divisória do gramado. Mais uma decisão polêmica e que expõe a regra do jogo à necessidade de mudanças.

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