Opinião

Um grande clube se apequena diante do olhar indiferente de tantos de nós

Botafogo foi goleado pelo São Paulo por 4 a 0

O Botafogo não vence há seis partidas no Campeonato Brasileiro, única competição que segue disputando na atual temporada. Perdeu todos esses últimos compromissos, para Bahia, Red Bull Bragantino, Fortaleza, Atlético Mineiro, Flamengo e São Paulo, este último por 4 a 0. A estrela solitária está em 19º, penúltimo lugar no certame, na zona do rebaixamento à segunda divisão.

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Evitar a terceira queda para a Série B é o desafio alvinegro. Não será fácil. Eduardo Barroca, técnico que começou o ano no Coritiba, foi recontratado para tentar salvar o clube de nova queda. Mas sequer conseguiu treinar os atletas, pois acabou sendo infectado pela Covid-19 e teve que orientar atividades dos jogadores nas duas últimas semanas de casa, via internet.

A falta de sorte bofoguense com a saúde de seus treinadores começou antes, quando Ramón Díaz foi contratado, se apresentou e disse que voltaria logo, após uma intervenção cirúrgica. Enquanto isso, seu filho, Emiliano, comandava o time, que perdia. O pai não conseguiu retornar tão rapidamente como se imaginava, a nova previsão de começar a trabalhar foi adiada e não se podia mais esperar.

BARROCA TERÁ A MISSÃO DE TENTAR SALVAR O BOTAFOGO DO REBAIXAMENTO

Assim Barroca voltou a trabalhar no clube que o demitiu em 2019 para colocar Alberto Valentim em seu lugar. Os pontos acumulados no começo do Brasileirão passado, com ele no comando, foram fundamentais para que a equipe permanecesse na primeira divisão. Mas agora o cenário é mais preocupante e o risco de rebaixamento maior. Mas o que assusta mesmo é a indiferença geral.

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Quando o Botafogo foi goleado pelo São Paulo, como foi, na noite de quarta-feira, no Morumbi, poucos se surpreenderam. O resultado encarado com naturalidade por tantos não deveria ser visto de tal forma. Claro, todo grande clube eventualmente pode sofrer uma derrota acachapante, acontece, mas no caso isso ocorreu e praticamente não houve reações de surpresa ou indignação.

Esse apequenamento gradativo é a senha para o pior. Se os botafoguenses não se reunirem em torno do clube para, de alguma forma, salvá-lo, o rebaixamento poderá ser muito mais complicado do que nas vezes anteriores. No passado recente o rebaixado da elite seguia com quota de televisão da Série A, mesmo jogando a B. Isso não acontece mais.

A dificuldade do Coritiba para subir passa por isso. O Coxa não tinha mais esse volume de dinheiro pelos direitos de transmissão em 2019, segundo ano consecutivo na Segundona após a queda em 2017. A crise do Botafogo já dura anos, a dívida alvinegra é uma das maiores do futebol brasileiro, voltar à segunda divisão representaria cair na areia movediça. Quem iria resgatar a estrela solitária?

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