Análise

Renato Gaúcho, R$ 200 milhões e nova eliminação com goleada, desta vez para o Santos, mais barato

Em novembro do ano passado, depois de eliminado da Libertadores de forma acachapante, Renato Gaúcho Portaluppi tentou minimizar a vexaminosa desclassificação do seu time, o Grêmio. Atribuiu ao algoz uma espécie de obrigação com a vitória, pelo poderio econômico.

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“O Flamengo gastou quase R$ 200 milhões em contratações. Parabéns para a diretoria do Flamengo que tem esse dinheiro e gastaram muito bem. Armaram um time muito forte, então eles têm obrigação de ganhar, sim. E é a mesma coisa o Palmeiras” provocou após levar 5 a 0 no Maracanã.

Em agosto de 2020, nove meses depois, o treinador gremista voltou ao tema. E disparou: “O Flamengo não poupou ninguém ano passado e deu certo, mas poderia ter dado errado, também. Eles investiram R$ 200 milhões, não podemos nos esquecer disso, também”.

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Renato não esquece. Tenta driblar críticas ao seu trabalho quando as coisas não vão bem se apoiando na diferença de investimento. O que é relevante, evidentemente, mas não se resume a esse aspecto um embate entre duas equipes, como bem sabemos, ainda mas aquele massacre.

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Tanto que no ano passado, na caminhada do Athletico para chegar ao título da Copa do Brasil, o Furacão despachou o Grêmio. Não, Mario Celso Petraglia não liberou R$ 200 milhões para contratações, longe disso. O grupo atleticano tinha jogadores bem mais baratos, era algo evidente.

Cinco meses depois, já em fevereiro deste ano, os gremistas perderam o primeiro turno do Campeonato Gaúcho para o Caxias. E na final Estadual, pelo saldo de gols o time de Portaluppi ficou com o título. Derrotou a equipe da cidade serrana e depois por ela foi batida em Porto Alegre.

Evidentemente a disparidade econômica entre os finalistas do último certame do Rio Grande do Sul era ainda maior do que no duelo entre Grêmio e Athletico. E até mesmo no confronto entre gremistas e flamenguistas, na Libertadores de 2019. Mas nessas horas, deixa tal tese de lado.

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Renato se mostrou um técnico melhor do que o esperado quando, em momento emergencial, retornou ao comando tricolor em 2016 para ganhar a Copa do Brasil. No ano seguinte fez história conduzindo o Grêmio à sua terceira Libertadores. Fora taças por estaduais, Recopa…

O material humano que Portaluppi tem em mãos é bom. Não por acaso, o site Transfermarket aponta o elenco gremista como o quarto mais valioso da primeira divisão brasileira, à frente de Atlético Mineiro e Internacional, atrás apenas de Flamengo, Palmeiras e Corinthians.

Por mais que as estimativas dessa página na web possam ser imprecisas aqui ou ali, esse dado não é irrelevante no contexto, afinal, o treinador vive a destacar o aspecto econômico para justificar derrotas. Até mesmo as injustificáveis, como (pelo placar elástico) a por 5 a 0 em 2019.

Eliminado de mais uma Libertadores sendo goleado, o Grêmio deixou a Vila Belmiro carregando na bagagem os 4 a 1 que o Santos, dirigido por Cuca, lhe impôs. E o elenco santista, segundo o Transfermarket, representa dois terços do valor de mercado do grupo de atletas de Renato Gaúcho.

Veja também a análise em vídeo sobre Grêmio e Santos:

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