colunas e Blogs
Mauro Cezar Pereira
Mauro Cezar Pereira

Mauro Cezar Pereira

Análise

O mais novo factoide da CBF: limite de técnicos por time no Brasileirão

Por
Mauro Cezar Pereira
25/03/2021 22:20 - Atualizado: 29/09/2023 16:47
Eduardo Barros assumiu interinamente o Athletico em 2019 e 2020, não sendo computado na nova regra.
Eduardo Barros assumiu interinamente o Athletico em 2019 e 2020, não sendo computado na nova regra. | Foto: Albari Rosa / Foto Digitala / Foto Digital/Gazeta do Povo

A divulgação da tabela do Campeonato Brasileiro de 2021 veio acompanhada de uma surpresa: técnicos e clubes terão limites para substituições. Em suma, times só poderão ter dois treinadores durante o certame, o que significa poder demitir somente um durante as 38 rodadas. Já os "professores" não poderão trabalhar em mais de duas agremiações na mesma divisão nacional.

A intervenção cebeefiana na gestão de futebol dos clubes, que aprovaram a ideia, provavelmente forçará a efetivação de auxiliares, ou algum outro funcionário que já esteja naquele local trabalhando há pelo menos seis meses. Isso porque um time pode, digamos, começar a competição treinada por alguém que depois peça demissão. Posteriormente, se o substituto não der certo restará apenas a solução caseira.

Em 2020, Coritiba não seguiria a regra

Se já estivesse em vigor em 2019, o Coritiba seguiria a regra, pois começou o ano com Argel Fucks, mas ele foi demitido ainda no Campeonato Paranaense. Umberto Louzer o substituiu, iniciou a Série B e acabou sendo dispensado após derrota (a quarta seguida) para o CRB (2 a 0), no Couto Pereira. Depois de ficar dez jogos sem perder, a equipe estava há seis sem vencer.

Uma situação típica do técnico que vai do céu ao inferno e a habitual pressa dos dirigentes e torcedores na busca por uma solução. Matheus Costa chegou a comandar o time como interino, mas Jorginho chegou e com ele o time voltou à primeira divisão.

Obviamente não faltaram os que defenderam a troca como vital para o acesso. De qualquer forma, o Coxa naquela ano seguiria a regra agora em vigor na Série A, na qual esbarraria na velha tentativa e erro.

Jorginho teve duas passagens pelo Coritiba, entre 2019 e 2020. Se a nova regra já tivesse em vigor, não voltaria no ano passado
Jorginho teve duas passagens pelo Coritiba, entre 2019 e 2020. Se a nova regra já tivesse em vigor, não voltaria no ano passado

Já em 2020, ano do rebaixamento, foram quatro treinadores e dois interinos. O Coritiba começou o Brasileiro com Eduardo Barroca, demitido logo no começo do campeonato, com uma série de jogos dificílimos (Inter e Flamengo em casa, Bahia e Corinthians fora) e derrota em todos eles.

Jorginho retornou e não durou mais do que 13 partidas. A partir daí não poderia mais contratar, teria que aproveitar alguém de dentro do clube para seguir até o encerramento do Brasileiro. Como não havia esse item no regulamento, Rodrigo Santana chegou ao Couto Pereira e fracassou de forma retumbante. Foram apenas seis jogos, com dois empates e quatro derrotas.

Em meio a uma troca e outra, o Coxa teve dois interinos, Mozart, que depois assumiu o CSA, e o eterno Pachequinho. Na reta final, o elenco foi comandado pelo paraguaio Gustavo Morínigo, reagiu, mas não evitou o rebaixamento.

Athletico é contra a medida, mas respeitou limite de técnicos

O Athletico, que votou contra a medida adotada pela CBF, em 2019 teria respeitado a regra, pois teve comando de Tiago Nunes, desligado depois de ganhar a Copa do Brasil e comunicar, tempos depois, que em 2020 trabalharia no Corinthians, e Eduardo Barros.

Ele assumiu interinamente e seguiu até o desfecho da Série A, sem pressões, afinal, o time vencera dois títulos importantes em dois anos seguidos com a Sul-Americana 2018. E o desempenho na reta final foi bem satisfatório, com o time terminando na quinta posição.

Curiosamente, apesar da fama do presidente Mario Celso Petraglia de trocar muito de técnico, em 2020 os atleticanos teriam, mais uma vez, respeitado o regulamento criado para este ano. Mesmo com o elenco vencedor das duas temporadas anteriores desmontado.

O Furacão começou a Série A com Dorival Júnior, demitido e substituído inicialmente pelo interino Eduardo Barros. Em seguida, Paulo Autuori voltou ao clube e foi até o final da temporada no comando do elenco rubro-negro.

Após 2019 segurar as trocas, em 2020 Paraná abusou

Em 2019, na Série B, o Paraná teve apenas dois técnicos, Dado Cavalcanti e Matheus Costa. O time até sonhou com o acesso, foi vice-líder e fechou a segunda divisão em sexto. Mas em 2020, temporada do rebaixamento à Série C, foram quatro treinadores.

Micale ficou poucos jogos no Paraná em 2020. Com a nova regra, talvez diretoria tivesse mais paciência.
Micale ficou poucos jogos no Paraná em 2020. Com a nova regra, talvez diretoria tivesse mais paciência.

Allan Aal foi demitido em novembro, Rogério Micale o substituiu e o mandaram embora já em dezembro. Pela regra nova, não poderia contratar Gilmar dal Pozzo, que veio em seguida e logo se demitiu, e Marcio Coelho, que fechou o campeonato e também já foi embora.

Veja também:
Paraná Clube: relembre como Carlos Werner foi de "mecenas" a dono de CT
Paraná Clube: relembre como Carlos Werner foi de "mecenas" a dono de CT
De capitão a afastado no Inter, volante tem nova chance no Athletico
De capitão a afastado no Inter, volante tem nova chance no Athletico
Alexandre Pantoja: Cinco lutas para ver antes do UFC Rio
Alexandre Pantoja: Cinco lutas para ver antes do UFC Rio
Libertadores: Em crise, emissora tenta se livrar de contrato
Libertadores: Em crise, emissora tenta se livrar de contrato
participe da conversa
compartilhe
Encontrou algo errado na matéria?
Avise-nos
+ Notícias sobre Mauro Cezar Pereira
Athletico pagou caro por não ter estratégias. E foi goleado pelo Galo nas finais
Análise

Athletico pagou caro por não ter estratégias. E foi goleado pelo Galo nas finais

Muricy, o áudio vazado e a defesa da gestão inconsequente do Corinthians
Análise

Muricy, o áudio vazado e a defesa da gestão inconsequente do Corinthians

Alemanha e Inglaterra sofrem com os antivacina e o vírus volta forte ao futebol
Análise

Alemanha e Inglaterra sofrem com os antivacina e o vírus volta forte ao futebol