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Mauro Cezar Pereira
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Maradona, estrela que não se apaga, personagem que transcende o futebol

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Mauro Cezar Pereira
25/11/2020 20:50 - Atualizado: 29/09/2023 16:48
Maradona levanta a Copa do Mundo em 1986.
Maradona levanta a Copa do Mundo em 1986. | Foto: AFP

“Ao amanhecer, dona Tota chegou a um hospital no bairro de Lanús. Ela trazia um menino na barriga. No umbral, encontrou uma estrela, na forma de prendedor de cabelos, jogada no chão.

A estrela brilhava em um lado, e no outro não. Isso acontece com as estrelas, toda vez que caem na terra, e na terra se reviram: em um lado são de prata, e fulguram esconjurando as noites do mundo; e no outro são só de lata.

Essa estrela de prata e de lata, apertada na mão, acompanhou dona Tota no parto.
O recém-nascido foi chamado de Diego Armando Maradona”.

Assim Eduardo Galeano narrou, em "O Parto", no seu livro "Bocas do Tempo", o nascimento de um Deus. Um Deus do futebol que inspirou o escritor e jornalista uruguaio a essas linhas e a tantos, dentro e fora de campo.

Maradona foi muito mais do que um atleta da pelota. Um ser humano como nós, com virtudes e defeitos, e que jamais tentou simular algo próximo da perfeição. Contudo, dela se aproximava no campo de futebol.

Sua intimidade com a bola parecia mesmo abençoada pelos astros, como escreveu Galeano. O controle, o manejo, a facilidade com a qual a dominava. E ela, humildemente, parecia fazer questão de se exibir, subjugada a Diego.

Levou o Napoli a dominar o futebol italiano nos melhores momentos do calcio. Comprou uma grande briga e, na eterna rivalidade contra o Norte, levou o time do Sul da Itália ao domínio, com jogadas estupendas, grandes vitórias e títulos.

Ganhou a Copa do Mundo em 1986, assumindo protagonismo jamais visto de um jogador em uma edição do Mundial. Quase levou a Argentina a mais uma conquista quatro anos depois, quando eliminou a Itália em casa, e fez napolitanos ficaram ao seu lado no confronto entre as duas seleções.

Diego ficou contra os poderosos quando seu coração assim determinou. Defendia o que considerava justo, simbolizava os pobres, por eles lutava, não tinha como hábito esquecê-los e compactuar com os ricos, com aqueles que os exploram.

Assim, colecionou inimigos. Mas também conquistou admiradores, fãs, seguidores, súditos. O maior personagem da história do futebol. Para alguns o melhor jogador. Talvez. Mas com certeza, dentro de campo o mais hábil, o que domava a bola como nenhum outro.

Fora dele, ao contrário, um homem capaz de, apesar de nascer como uma estrela abençoada, expor seus erros, seus defeitos, suas fraquezas. Alguém como eu, alguém como você. Gênio frágil e forte ao mesmo tempo. Um Deus. D10S!

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