Análise

Futebol bem jogado: temos que cobrar por ele ou se o time vencer já basta?

Futebol brasileiro precisa buscar o jogo bem jogado

Quando um jornalista que vive do futebol, só fala de futebol, paga suas contas falando/escrevendo sobre futebol e não faz a menor questão de reivindicar o jogo bem jogado, algo fica evidente. Sim, fica nítido que ele não gosta de futebol. Talvez goste do time dele. Nada mais.

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De cara deixemos claro: jogar bem é atacar e defender com competência, saber atuar tendo a bola e até abrindo mão dela, de acordo com as circunstâncias. Criar (e aproveitar) muitas chances de gol. E conceder raras oportunidades aos adversários. Apresentar diversidade de jogo, repertório, ou ao menos trabalhar nessa direção. Assim são os melhores times do mundo, que infelizmente inspiram poucos técnicos em atividade no Brasil.

Muito natural é observar tal reação pragmática partindo de um torcedor, principalmente se o clube de coração estiver em crise, rebaixado ou enfrentando longo jejum de títulos. Obviamente seria demais esperar que um ser humano apaixonado por uma camisa fizesse esse tipo de seleção em nome da qualidade trafegando na montanha-russa de emoção gerada pelo esporte.

Mas o crítico, o formador de opinião, o cidadão que é remunerado para analisar precisa ir além. Não apenas no futebol, evidentemente isso vale (ou deveria valer) em todas as áreas. Não faz sentido parar e ouvir, ou ler, reflexões rasas, clichês e lugares comuns repetidos à exaustão por comodidade, para agradar quem acompanha sem se comprometer, ou mesmo em recaídas que não disfarçam que o torcedor grita mais alto do que o jornalista.

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Enquanto boa parte da mídia dita especializada poupar (de críticas) os arautos do futebol meramente pragmático, que não tira dos atletas o que eles podem oferecer, seguiremos nas trevas.

Com o representante brasileiro atravessando o planeta para fazer papelão internacional e “curando” as feridas no âmbito interno, com mais um triunfo entre os seus, sem apresentar nada de novo, de diferente, nada digno de elogios rasgados. Exceto por esses que preferem seus times e, no fundo, não gostam de futebol, apenas dele se utilizam.

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