Opinião

Com técnico que não prioriza mata-mata, Flamengo fecha turno do Brasileiro líder

Por
Mauro Cezar Pereira
15/09/2019 21:38 - Atualizado: 29/09/2023 16:49
Com técnico que não prioriza mata-mata, Flamengo fecha turno do Brasileiro líder
| Foto: Alexandre Vidal e Paula Reis / Flamengo

O Brasileirão chegou à metade. Encerrado o primeiro turno, a liderança é do Flamengo, que tinha oito pontos de desvantagem para o líder quando seu novo técnico estreou. Jorge Jesus chegou em meio à interrupção do certame para a disputa da Copa América, deixou claro que vencer a Série A era o objetivo e agora tem três pontos de frente em relação aos palmeirenses.

Nessas dez rodadas do português à frente do time carioca, o Santos chegou a liderar, abriu oito pontos de frente e hoje está cinco atrás. Jesus e o Flamengo fizeram 13 pontos a mais do que os santistas em meia dúzia de rodadas. Está mais do que claro, independentemente de ser um semifinalista da Copa Libertadores, o time jamais coloca o Brasileiro em segundo plano.

“Aqui valorizam a Copa do Brasil e menos o Brasileiro, não dá para entender”, disse o treinador luso, após a vitória por 3 a 0 sobre o Ceará, a terceira na sequência de seis triunfos consecutivos que fechou o turno.

É compreensível que times cujos elencos não tem, pelo menos em tese, chances de lutar pelo título em 38 rodadas nos pontos corridos priorizem o mata-mata. É o caso do Athletico, atual campeão da Sul-americana e que poderá erguer o troféu da Copa do Brasil com um empate frente ao Internacional, quarta-feira, em Porto Alegre.

É notório que o Furacão, em que pese sua estrutura e competitividade conhecidos, ainda sente as consequências da diferença de orçamento em relação a outros clubes do país. Mas é realmente estranho que o Grêmio, Internacional, Cruzeiro, Palmeiras e eventualmente outros elencos de maior investimento se dediquem de corpo e alma à Copa do Brasil, em detrimento do campeonato nacional.

Evidentemente a distorção é turbinada pela CBF, que dá prêmio superior a quem vence o mata-mata, algo possível em oito jogos, e menor ao primeiro da Série A, que disputa 38 partidas. Mas tamanha bizarrice não é a única razão pela qual treinadores, com a conivência de cartolas, priorizam o curto torneio eliminatório. Ele é mais fácil, ou menos difícil, como queiram. Trata-se da lei do menor esforço, uma infeliz característica que precisa desaparecer do futebol brasileiro.

 Alexandre Vidal e Paula Reis/Flamengo
Alexandre Vidal e Paula Reis/Flamengo

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Matematicamente o Corinthians apareceu há duas rodadas com possibilidade de lutar pelo título brasileiro. Era terceiro colocado, atrás apenas de Flamengo e Santos. Mas o tricampeão paulista não tem futebol para tanto e se realmente quiser lutar pelo troféu, precisará melhorar, e muito. A derrota para o Fluminense, em Brasília, com frango de Cássio após chute despretensioso de Paulo Henrique Ganso reforçou tal ideia. Futebol pobre de um time irregular. Aos tricolores, a alegria pelo fato de o time deixar a zona de rebaixamento.

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O salto do time carioca para a fora da zona da degola empurrou o Cruzeiro para o grupo dos que cairão para a segundona caso não subam na classificação. O curioso é que poucos lembram que o técnico Mano Menezes foi um dos que mais contribuíram para essa péssima colocação do time mineiro, juntamente com dirigentes e parte do elenco, após sofríveis atuações e resultados. Mas ele abandonou o barco entre os dois jogos contra o Internacional, com a eliminação da Copa do Brasil encaminhada. O problema agora é de Rogério Ceni, Mano surfa tranquilamente na vice-liderança do campeonato, comandando o farto e rico elenco do Palmeiras.

 Marcello Zambrana/Cruzeiro/LightPress
Marcello Zambrana/Cruzeiro/LightPress

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O Athletico venceu em casa e depende de um empate para erguer o troféu de campeão da Copa do Brasil na final de quarta-feira, diante do Internacional, que a exemplo do Furacão costuma ser forte em casa. O problema rubro-negro é sua fragilidade fora da Arena da Baixada. O segundo tempo da partida contra o Flamengo pelas quartas-de-final do mesmo certame é uma boa referência para o time de Tiago Nunes, na busca pelo título. Aos colorados, vale se inspirar no triunfo diante do Palmeiras, no Beira-Rio, na mesma fase da competição.

Albari Rosa/Gazeta do Povo
Albari Rosa/Gazeta do Povo

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Cinco jogos sem vencer, dois pontos ganhos em 15 possíveis e três derrotas consecutivas. A queda do Coritiba é assustadora, fez o time despencar da segunda para a quarta posição. O técnico Umberto Louzer até tentou minimizar a má sequência ao tratar como "normal" a oscilação que levou às quatro partidas sem vencer. Agora são cinco, posição na zona de acesso à Série A ameaçada e necessidade de imediata reação.

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